São Paulo, segunda-feira, 21 de março de 2011

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Gaddafi promete "vencer guerra longa"

Em discurso na TV, ditador diz que apoiadores do regime estão prontos para lutar e 'morrer como mártires'

Horas após discurso, governo anuncia cessar-fogo, que é descumprido em seguida; Misrata ainda é alvo de ataques

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Ao enfrentar o segundo dia de bombardeios por parte das forças internacionais, o ditador da Líbia, Muammar Gaddafi, prometeu ontem que "vencerá uma guerra longa" e disse que seus apoiadores estão prontos para "morrer como mártires".
Gaddafi chamou de "terroristas" os países ocidentais que lideram a intervenção e disse que a ofensiva autorizada pelo Conselho de Segurança da ONU é "nova cruzada para acabar com o islã".
"O islã não vai desaparecer, ele vai ficar mais forte depois de hoje. Todos os líbios estamos preparados para ser martirizados, mas nós seremos vitoriosos e vocês [aliados] morrerão", disse por telefone à rede de TV estatal.
A TV não exibiu imagens de Gaddafi e nem informou onde ele estava. Desde o início da intervenção, o ditador líbio não é visto em público.
Gaddafi insinuou que a ação tem objetivos econômicos em vez de humanitários.
"O petróleo não será levado para os EUA, França e Reino Unido", disse Gaddafi, citando os três países que lideram a ofensiva internacional.
Segundo ele, "o povo da Terra" é contra a ação, e os líderes ocidentais são "injustos, agressores, monstros e criminosos que fracassarão".
O ditador também alertou os desertores que vai aniquilar todos que "traírem" o regime ou "colaborarem" com as forças internacionais.
Anteontem, Gaddafi já havia dito que a ação internacional em seu país era "colonial" e prometeu "abrir os arsenais à população civil".

CESSAR-FOGO
Horas após o ditador dizer na TV que continuaria lutando enquanto fosse atacado, as forças de Gaddafi anunciaram novo cessar-fogo.
Mas o anúncio, 24 horas após o início da ofensiva, foi descumprido em seguida.
Ao longo do dia, as tropas leais ao regime também atacaram a terceira maior cidade do país, Misrata, que até a noite de ontem permanecia sob o controle dos rebeldes.
Um dos filhos do ditador, Saif al Islam, afirmou ontem à TV americana ABC que o ataque da coalizão internacional à Líbia é "um grande mal-entendido" sobre a situação política do país.
Ainda de acordo com ele, as tropas fiéis a seu pai não tomarão qualquer tipo de represália contra aviões comerciais que sobrevoem o mar Mediterrâneo.


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