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ORIENTE MÉDIO
Vanunu revelou arsenal
"Espião nuclear" é solto em Israel após 18 anos
DA REDAÇÃO
Celebrado por pacifistas, o ex-técnico nuclear Mordechai Vanunu, que revelou segredos de Estado israelenses, deve ser libertado
hoje em Israel após cumprir 18
anos de cadeia -dos quais dois
terços em confinamento solitário.
Mesmo livre, ficará proibido de
sair do país durante um ano.
Segundo o Ministério da Defesa, a proibição se deve "a um perigo tangível de que Vanunu deseje
divulgar [mais] segredos".
Os irmãos de Vanunu temem
que ele corra risco em Israel, onde
é considerado por muitos um
traidor por ter revelado, em 1986,
segredos nucleares para o jornal
britânico "The Sunday Times".
Logo após a reportagem, Vanunu foi seqüestrado em Roma por
agentes secretos israelenses.
O ex-técnico nuclear afirma que
Israel mantém um arsenal nuclear -que seria o sexo do mundo, com mais de cem ogivas, segundo estimativa de especialistas
baseada nas revelações de Vanunu. Israel nunca confirmou a existência desse arsenal.
Durante os próximos seis meses, Vanunu terá de informar à
polícia se for dormir fora de sua
casa e não poderá se aproximar
da fronteira ou conversar com estrangeiros sem autorização.
O reator nuclear em Dimona
-onde Vanunu trabalhou por
nove anos, até ser demitido em
1985- está fechado para inspeções internacionais.
Vanunu, abandonado pela
maior parte de sua família, nega
que tenha mais informações para
revelar sobre o programa nuclear
israelense, mas diz que quer participar de campanhas contra ele.
Simpatizantes se reuniram
diante da penitenciária de Ashkelon para comemorar a libertação
daquele que qualificaram de "herói da paz". Defendendo as restrições contra Vanunu, o ex-premiê
Shimon Peres, fundador do programa atômico israelense, disse:
"Vanunu violou normas e traiu o
seu país. Isso é Justiça".
Com agências internacionais
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