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Após debate, igreja diz que limbo é improvável
"Há esperança de que criança não batizada seja salva"
DA REDAÇÃO
O Vaticano publicou ontem
um documento afirmando haver base para a "esperança de
que as crianças não batizadas
sejam salvas" -ou seja, há boas
razões para crer na salvação
dos pequenos que morrem antes de receber o batismo.
O início dessa discussão no
âmbito da Comissão Internacional de Teologia, da Santa Sé,
veio a público no fim de 2005,
vinculada à dúvida sobre a existência do limbo. A conclusão a
que chegou a comissão, um corpo consultivo da Congregação
para a Doutrina da Fé, é a de
que o mais provável é que o limbo não exista.
Incorporado aos ensinamentos da Igreja Católica no século
13, o limbo é o lugar para onde
vão as crianças que morrem antes de receber o batismo. É um
lugar onde não haveria sofrimento, dado que a criança não
foi condenada, mas também
não é o paraíso, que implica a
comunhão com Deus.
O destino dessas crianças revelou-se um problema teológico porque, por um lado, é difícil
aceitar que uma criança possa
ser condenada apenas por não
ter sido libertada do pecado
original. Por outro, se a salvação vem mesmo sem o batismo,
para que batizar a criança?
A conclusão a que os 29
membros da comissão chegaram, e que foi ratificada por
Bento 16, é justamente a de
que, muito possivelmente, a
criança morta antes do batizado será salva -vai para o paraíso. A justificativa, segundo o site "Catholic News Service", é
que "a exclusão de bebês inocentes do paraíso não parece
refletir o amor especial de Cristo pelos pequeninos".
"Deus pode, portanto, dar a
graça do batismo sem que o sacramento tenha sido administrado", afirma o documento, intitulado "A Esperança de Salvação para Crianças que Morrem
sem Ser Batizadas".
Mas, a fim de não desvalorizar a importância do batismo
para a doutrina católica, o texto
de 41 páginas esclarece que isso
não é motivo para que os pais
da criança adiem a administração do sacramento. O documento reafirma a idéia de que a
pessoa nasce com o pecado original e enfatiza que "há esperanças de que Deus salvará essas crianças justamente porque
não era possível fazer por elas o
mais desejável, batizá-las".
O texto da comissão teológica afirma ainda que "a igreja
não tem conhecimento absoluto sobre a salvação das crianças
não batizadas", já que não há
nas escrituras referência explícita sobre isso -daí o emprego
do termo "esperança".
Essa esperança já havia sido
incorporada aos ritos do catolicismo, segundo informa o "Catholic News". Em 1970 foi criado um ritual fúnebre para as
crianças que os pais pretendiam batizar mas não puderam.
Com agências internacionais
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