São Paulo, quarta-feira, 21 de abril de 2010

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Europa retoma tráfego aéreo após caos

Principais aeroportos autorizam decolagens seis dias depois de fumaça expelida por vulcão na Islândia paralisar continente

Estimativa era que cerca da metade dos 27,5 mil voos de ontem seguisse para seus destinos, mas normalização ainda deverá levar semanas


Michael Probst/Associated Press
Passageiros aguardam o embarque no aeroporto de Frankfurt, na Alemanha; voos atrasados em toda a Europa depois de seis dias de paralisação chegam a 95 mil

DA REDAÇÃO

Os principais aeroportos da Europa autorizaram a retomada ontem da maior parte do tráfego aéreo interrompido desde o último dia 15 devido à nuvem de fumaça expelida por uma erupção na Islândia há uma semana -no primeiro dia da implementação do plano anunciado na véspera por autoridades europeias para mitigar o caos.
A Eurocontrol (agência europeia de segurança aérea) estimava que cerca da metade dos 27,5 mil voos previstos fossem autorizados ao final do dia -superando meta de 45%- à medida que aeroportos de países como Reino Unido, França, Alemanha e Holanda retomassem atividade. Anteontem, um terço das decolagens foi realizado.
Em Paris e Amsterdã, a autorização para os voos foi comemorada por passageiros presos nos aeroportos desde a última quinta, quando as paralisações em massa começaram. Na Alemanha, o espaço aéreo seguia parcialmente fechado, mas as decolagens e aterrissagens deveriam ser retomadas à noite.
Os principais aeroportos de Londres -mesmo o de Heathrow, um dos mais movimentados do continente- permaneceram fechados durante todo o dia, mas o governo autorizou os primeiros voos já ontem à noite. O tráfego também era retomado em locais como Escócia, Irlanda, Suíça, Escandinávia e Europa central e oriental, com exceções. No sul, o trânsito já estava em geral normalizado.
Durante o dia, o aumento da atividade do vulcão Eyjafjallajokull lançou dúvidas quanto à retomada dos voos, mas a pouca fumaça expelida e a melhora nos prognósticos tranquilizaram as autoridades europeias.
Pelo plano delineado anteontem, o espaço aéreo europeu seria dividido em três zonas: de tráfego proibido; restrito; e liberado. Mas ontem, ante a melhora nas condições, mesmo o primeiro perímetro se preparava para uma reabertura parcial.
Desde o domingo, autoridades europeias sofriam pressões pela reabertura por parte das empresas aéreas, que consideraram precipitadas as decisões tomadas desde a eclosão da crise. Ontem, porém, especialistas e até o premiê britânico, Gordon Brown, alertavam para a necessidade de redobrar a atenção na revisão das aeronaves que cruzassem a nuvem.
"A situação melhorou bastante", disse Brian Flynn, vice-diretor de operações da Eurocontrol na Bélgica. A estimativa é de que os voos no continente sejam normalizados até sexta. As autoridades de tráfego aéreo, no entanto, terão agora de lidar com o acúmulo sem precedentes de 95 mil voos atrasados nos últimos seis dias de paralisação. O transporte de todos os passageiros que ainda esperam para embarcar deverá levar dias ou mesmo semanas.
A prioridade ontem era dada às pessoas com passagens para o voo do dia. Os remanescentes eram aconselhados a esperar a remarcação, indefinida, de seus voos ou obter novas passagens.

Alerta
Apesar do clima de volta à normalidade, especialistas que monitoram o Eyjafjallajokull, o pivô da maior paralisação aérea em tempos de paz, alertavam para a possibilidade de o vulcão despertar um vizinho. Segundo eles, a atividade do vulcão Katla é historicamente ligada à do Eyjafjallajokull, e sua eventual erupção poderia gerar consequências ainda mais graves.

Com agências internacionais

Leia especial sobre o caos aéreo na Europa

www.folha.com.br/101091



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