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Europa retoma tráfego aéreo após caos
Principais aeroportos autorizam decolagens seis dias depois de fumaça expelida por vulcão na Islândia paralisar continente
Estimativa era que cerca da metade dos 27,5 mil voos de ontem seguisse para seus destinos, mas normalização ainda deverá levar semanas
Michael Probst/Associated Press
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Passageiros aguardam o embarque no aeroporto de Frankfurt, na Alemanha; voos atrasados em toda a Europa depois de seis dias de paralisação chegam a 95 mil
DA REDAÇÃO
Os principais aeroportos da
Europa autorizaram a retomada ontem da maior parte do tráfego aéreo interrompido desde
o último dia 15 devido à nuvem
de fumaça expelida por uma
erupção na Islândia há uma semana -no primeiro dia da implementação do plano anunciado na véspera por autoridades
europeias para mitigar o caos.
A Eurocontrol (agência europeia de segurança aérea) estimava que cerca da metade dos
27,5 mil voos previstos fossem
autorizados ao final do dia -superando meta de 45%- à medida que aeroportos de países como Reino Unido, França, Alemanha e Holanda retomassem
atividade. Anteontem, um terço das decolagens foi realizado.
Em Paris e Amsterdã, a autorização para os voos foi comemorada por passageiros presos
nos aeroportos desde a última
quinta, quando as paralisações
em massa começaram. Na Alemanha, o espaço aéreo seguia
parcialmente fechado, mas as
decolagens e aterrissagens deveriam ser retomadas à noite.
Os principais aeroportos de
Londres -mesmo o de Heathrow, um dos mais movimentados do continente- permaneceram fechados durante todo o
dia, mas o governo autorizou os
primeiros voos já ontem à noite. O tráfego também era retomado em locais como Escócia,
Irlanda, Suíça, Escandinávia e
Europa central e oriental, com
exceções. No sul, o trânsito já
estava em geral normalizado.
Durante o dia, o aumento da
atividade do vulcão Eyjafjallajokull lançou dúvidas quanto à
retomada dos voos, mas a pouca fumaça expelida e a melhora
nos prognósticos tranquilizaram as autoridades europeias.
Pelo plano delineado anteontem, o espaço aéreo europeu
seria dividido em três zonas: de
tráfego proibido; restrito; e liberado. Mas ontem, ante a melhora nas condições, mesmo o
primeiro perímetro se preparava para uma reabertura parcial.
Desde o domingo, autoridades europeias sofriam pressões
pela reabertura por parte das
empresas aéreas, que consideraram precipitadas as decisões
tomadas desde a eclosão da crise. Ontem, porém, especialistas
e até o premiê britânico, Gordon Brown, alertavam para a
necessidade de redobrar a
atenção na revisão das aeronaves que cruzassem a nuvem.
"A situação melhorou bastante", disse Brian Flynn, vice-diretor de operações da Eurocontrol na Bélgica. A estimativa
é de que os voos no continente
sejam normalizados até sexta.
As autoridades de tráfego aéreo, no entanto, terão agora de
lidar com o acúmulo sem precedentes de 95 mil voos atrasados nos últimos seis dias de paralisação. O transporte de todos os passageiros que ainda
esperam para embarcar deverá
levar dias ou mesmo semanas.
A prioridade ontem era dada
às pessoas com passagens para
o voo do dia. Os remanescentes
eram aconselhados a esperar a
remarcação, indefinida, de seus
voos ou obter novas passagens.
Alerta
Apesar do clima de volta à
normalidade, especialistas que
monitoram o Eyjafjallajokull, o
pivô da maior paralisação aérea
em tempos de paz, alertavam
para a possibilidade de o vulcão
despertar um vizinho. Segundo
eles, a atividade do vulcão Katla
é historicamente ligada à do
Eyjafjallajokull, e sua eventual
erupção poderia gerar consequências ainda mais graves.
Com agências internacionais
Leia especial sobre o caos
aéreo na Europa
www.folha.com.br/101091
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