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ORIENTE MÉDIO
Justiça culpa Barghouti por atentados; país mata mais 8 em Gaza
Israel condena líder ligado a Arafat
DA REDAÇÃO
Israel condenou Marwan Barghouti, um dos mais populares líderes palestinos, pela morte de
quatro israelenses e um monge
grego em ataques terroristas. Na
faixa de Gaza, ao menos mais oito
palestinos morreram ontem.
Uma corte de Tel Aviv propôs
que Barghouti, que já foi cotado
para suceder o líder palestino Iasser Arafat, receba cinco penas de
prisão perpétua, mas a sentença
ainda será definida. Ele foi inocentado de outras 21 acusações e
disse que não irá apelar das condenações por não reconhecer a legitimidade do tribunal.
Detido em abril de 2002, Barghouti, 44, é deputado e chefe do
Fatah (partido de Arafat) na Cisjordânia. Segundo Israel, ele teve
papel fundamental na criação das
Brigadas dos Mártires de Al Aqsa,
braço armado do Fatah responsável por diversos ataques terroristas contra soldados e civis.
É a primeira vez que a Justiça dá
respaldo legal à posição do governo de que Arafat teria responsabilidade pela violência de palestinos
contra israelenses. "Iasser Arafat
não deu instruções claras e precisas, mas certificou-se de que
aqueles sob seu comando compreenderam perfeitamente quando ele estava interessado num
cessar-fogo e quando estava interessado em ataques contra Israel", afirmou a decisão judicial.
"As alegações não têm fundamento", disse Nabil Abu Rdainah,
assessor de Arafat. Para os palestinos, o julgamento foi um "show".
Segundo o ministro da Justiça
de Israel, Yosef Lapid, "um dia
desses" Israel poderá tomar a decisão de também julgar Arafat,
detido por Israel em seu QG em
Ramallah há mais de dois anos.
Ao chegar ao tribunal, Barghouti, que nega ter ligações com o terror, fez sinais de vitória com as
mãos algemadas. "Digo ao público israelense: "Não acredite nem
por um momento que seja possível vencer os palestinos pela força.
Os palestinos não têm poder, mas
têm a justiça do seu lado" ". "Um
dia, os palestinos ganharão sua liberdade, e Marwan também será
livre", disse sua mulher, Fadwa.
Mais mortos em Rafah
Mesmo após ser alvo de críticas
internacionais e de ser condenado
por uma resolução da ONU anteontem, Israel prosseguiu ontem
com sua operação militar no campo de refugiados de Rafah, na faixa de Gaza, perto da fronteira
com o Egito. Mais de 40 palestinos
morreram nos últimos três dias
no local. Na semana passada, 13
soldados israelenses morreram
na faixa de Gaza.
O Exército invadiu outros bairros de Rafah ontem com o suposto objetivo de destruir túneis usados para contrabandear armas do
Egito. Pelo menos, oito palestinos
morreram. Segundo Israel, a
maioria era terrorista.
Na terça-feira, dez palestinos
morreram atingidos por disparos
israelenses durante uma manifestação. Israel nega ter atirado diretamente contra os manifestantes.
Os EUA disseram ontem que
pressionaram Israel a encerrar as
ações na faixa de Gaza o mais rapidamente possível.
O crescimento da violência
ocorre quando o premiê de Israel,
Ariel Sharon, busca apoio interno
para retirar 7.500 colonos judeus
de Gaza, assim como as tropas
que os protegem. Sharon diz que
a medida trará mais segurança,
mas, segundo analistas, não quer
dar a impressão de que está deixando o território por causa do
terrorismo. Por isso estaria aumentando as ações na região.
Com agências internacionais
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