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GUERRA SEM LIMITES
Governo diz que acabará com extremismo islâmico no reino; corpo de americano ainda não foi encontrado
Al Qaeda já tem novo líder na Arábia Saudita
DA REDAÇÃO
Enquanto o governo saudita
ameaça pôr fim ao extremismo islâmico no reino, a Al Qaeda anunciou, de acordo com um site ligado à rede terrorista, que já nomeou um novo líder para sua célula na Arábia Saudita.
Saleh al Awfi, que já trabalhou
como guarda para o governo saudita e foi funcionário do Ministério do Interior, substituirá o líder
Abdulaziz al Muqrin, morto na
sexta-feira pelas forças de segurança do reino após a decapitação
do engenheiro americano Paul
Johnson.
O novo líder é o número cinco
na lista dos 26 terroristas mais
procurados na Arábia Saudita,
apesar de especialistas terem afirmado à rede de notícias americana CNN que falta a Al Awfi a experiência operacional que Al Muqrin possuía.
Ao mesmo tempo que a Al Qaeda se rearticulava após as quatro
mortes de sexta-feira e prometia
continuar com a guerra santa no
país, o governo saudita afirmava
que não iria permitir que os militantes islâmicos desestabilizassem o reino e que eles terão o
mesmo destino que Al Muqrin se
não se arrependerem.
"Não vamos permitir que um
grupo corrupto comandado por
ideais deturpados viole a segurança e a estabilidade do país", declarou o rei Fahd. "Os verdadeiros
muçulmanos não têm nada a ver
com essas ações e não são simpáticos aos que as realizam", acrescentou.
Junto com Al Muqrin, as forças
de segurança saudita mataram na
sexta-feira outros três membros
da Al Qaeda. Um deles, Faisal al
Dakhil, era considerado um dos
líderes da célula da rede na Arábia
Saudita e parecia estar envolvido
também na morte de Robert Jacobs, funcionário da Vinnel, um
dos três americanos mortos no
reino apenas neste mês.
Também morreram Turky al
Mutairi, acusado de ser um dos
três militantes que fugiram após o
atentado na cidade petrolífera de
Khobar -que deixou 22 mortos,
entre eles 19 estrangeiros-, e
Ibrahim al Durayhim, que, entre
outros crimes, teria participado
do atentado com carro-bomba
em um complexo residencial de
Riad, em novembro passado, que
matou ao menos 18 pessoas.
Na operação, foram presos mais
12 supostos militantes. Há relatos
de que Rakan Mohsen Mohammed al Saykhan, outro líder da organização, tenha sido preso.
Conivência
A Al Qaeda declarou que simpatizantes dentro das próprias forças de segurança sauditas ajudaram suas ações para que o seqüestro de Paul Johnson ocorresse, o
que contribui para aumentar as
desconfianças -que já haviam
sido levantadas após o atentado
em Khobar, no fim de maio- de
que existem extremistas infiltrados no órgão.
Os detalhes do seqüestro do
funcionário da Lockheed Martin,
no último dia 12 de junho, foram
relatados no "Sawt al Jihad" (voz
do jihad), um jornal eletrônico
publicado quinzenalmente pela
rede terrorista Al Qaeda na península Arábica.
De acordo com o periódico, integrantes das forças de segurança
sauditas forneceram uniformes e
carros e montaram falsos postos
de controle para facilitar o seqüestro do engenheiro, além de explodirem depois o carro de Johnson.
Contrariando as informações
divulgadas na sexta-feira, o corpo
do americano ainda não foi achado. Adel al Jubeir, assessor para
Relações Exteriores do príncipe
regente saudita, Abdullah, disse
anteontem ser incorreta a informação de que o corpo de Johnson
havia sido encontrado. "Estamos
procurando o corpo." Jubeir acredita que ele esteja na área de Riad.
Na busca pelo corpo e pelos extremistas que estariam envolvidos nos assassinato, as forças de
segurança cercaram ontem uma
casa no centro da capital onde militantes teriam se refugiado depois de uma troca de tiros.
Ontem, o Irã condenou a decapitação de Johnson, mas afirmou
que a política externa americana é
responsável pelo aumento do terrorismo no mundo.
Com agências internacionais
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