São Paulo, sábado, 21 de junho de 2008

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25 mil vão às ruas por renuncia de premiê tailandês

Após marcha pacífica, oposição acampou em frente à sede do governo para exigir que Samak Sundaravej deixe o cargo

Governante é acusado de ser títere de antecessor, derrubado em 2006 por corrupção; movimento é liderado pelas elites do país

DA REDAÇÃO

No 26º dia de protestos contra o governo tailandês, cerca de 25 mil pessoas cercaram ontem a sede do governo em Bancoc para pedir a renúncia do primeiro-ministro Samak Sundaravej, que está há apenas quatro meses no poder.
Temendo que a manifestação degenerasse em violência, forças de segurança equipadas com canhões de água e bombas de gás lacrimogêneo isolaram desde as primeiras horas do dia as ruas que dão acesso à sede do governo nacional.
Mas o protesto foi pacífico, embora os manifestantes estivessem armados com tacos de beisebol, paus e barras de ferro.
No que foi interpretado como gesto apaziguador do governo, as autoridades levantaram as barreiras, permitindo que a multidão protestasse em frente ao prédio.
"É uma vitória daqueles que amam a justiça", disse em conversa com jornalistas um porta-voz dos manifestantes. Ele afirmou que os manifestantes ficarão acampados em frente ao palácio de governo até que o premiê renuncie.
Um dos líderes do protesto, o ex-primeiro-ministro Chavalit Yongchaiyudh, afirmou que, se a polícia usasse violência contra os manifestantes, apenas um golpe de Estado poderia restabelecer a normalidade -seria o 19º desde 1932, quando a Tailândia abandonou a monarquia absolutista.
Yongchaiyudh, general reformado e chefe do Executivo em 1996 e 1997, avaliou que só restam ao governo três alternativas nas atuais circunstâncias: convocar eleições antecipadas, substituir Sundaravej por outro chefe de governo ou incorporar altos membros da oposição no comando do país.
O movimento antigoverno é coordenado pela plataforma civil Aliança Popular para a Democracia (APD), ligada ao Exército e às elites econômicas e intelectuais da Tailândia.
Em 2006, a APD liderou as manifestações que levaram à queda do premiê Thakshin Shinawatra, derrubado por um golpe branco em meio à crise econômica e denúncias de corrupção em grande escala.
O APD considera que Sundaravej é um títere de Shinawatra e também acusa o atual governo de buscar dissolver a monarquia constitucional tailandesa.


Com agências internacionais


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