São Paulo, terça-feira, 21 de junho de 2011

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União Europeia e Grécia travam 'queda de braço'

Europeus exigem mais corte de gastos dos gregos antes de liberar recursos

FMI diz que economia mundial vai sofrer se o problema da dívida nos países periféricos do euro não for resolvido

VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES

A União Europeia e os gregos estão numa espécie de queda de braço sobre o futuro econômico do país. Em discussão está a liberação ou não de empréstimo para o país pagar suas dívidas.
Já o FMI (Fundo Monetário Internacional) voltou a dizer que, se os europeus não resolverem a questão das dívidas de seus países periféricos (Grécia, Espanha, Irlanda e Portugal), a economia mundial irá sofrer, e muito.
Após dois dias de reunião, os ministros de Finanças da UE deram um ultimato à Grécia: ou o Parlamento aprova um novo pacote de austeridade ou não receberá a parcela de 12 bilhões de euros (R$ 27 bilhões) do empréstimo de 110 bilhões (R$ 249 bilhões) i fechado em maio de 2010.
No pacote estão mais cortes de benefícios, demissões de servidores e privatizações. No total, devem ser cortados mais € 28 bilhões.
O problema é que o governo enfrenta resistência da oposição e também de seu próprio partido (o Socialista) para adotar essas medidas.
Hoje, o primeiro-ministro George Papandreou tentará obter um voto de confiança do Parlamento.
Se falhar, deve renunciar, o que provocará a convocação de eleições antecipadas.
É realmente uma queda de braço. Políticos e os sindicatos gregos (que iniciaram ontem mais uma série de greves) querem que os empréstimos venham sem novas medidas de austeridade.Apostam que a UE irá ceder porque um calote colocaria em risco todo o sistema bancário europeu.
Bancos franceses, alemães e britânicos são os maiores detentores de títulos gregos.
Já os ministros das Finanças da UE querem o compromisso da Grécia de que irá ajustar suas contas. Eles temem a reação dos eleitores de seus países, que acreditam que já foi dado muito dinheiro à Grécia, um país onde, segundo eles, as pessoas não trabalham e adoram viver de benefícios.
Uma nova reunião da UE para discutir o caso foi marcada para 3 de julho. Antes disso, nada de dinheiro.
A expectativa é que, se a parcela não for liberada, o governo grego não terá como pagar suas contas já em meados do próximo mês.

PROBLEMA GLOBAL
Foi nesse cenário que o FMI divulgou seu relatório sobre a economia europeia.
Para o Fundo, a questão da dívida dos países periféricos da Europa é séria e deve ser resolvida com urgência. Caso contrário, irá reverter a recuperação do continente e colocar seu sistema bancário sob sério risco.
Para o FMI, uma nova crise bancária na Europa teria consequências imprevisíveis.
Por fim, o Fundo disse que as pessoas vão ter que se acostumar com tempos de austeridade, com cortes de gastos públicos e redução de benefícios.


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