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ÁFRICA
Segundo a organização, 3,6 milhões estão sob risco de morrer de desnutrição
ONU alerta sobre catástrofe no Níger
DA REDAÇÃO
Relatório da ONU divulgado na
terça-feira mostrou que cerca de
3,6 milhões de pessoas estão à beira de morrer de fome no Níger
(centro-norte da África). Isso porque, diz a instituição, a comunidade internacional ignorou os insistentes apelos de ajuda ao país.
O responsável pela área de ajuda humanitária da ONU, Jan Egeland, disse que a colheita do país
foi devastada no ano passado por
uma praga de gafanhotos e por
uma seca que durou até o começo
deste mês. Ele afirmou que a comunidade internacional vem sendo alertada desde novembro do
ano passado, mas praticamente
nada fez até agora.
A ONU fez um pedido de ajuda
em novembro, mas foi ignorada.
Em março deste ano, solicitou
US$ 16 milhões e obteve apenas
US$ 1 milhão. O último pedido foi
em 25 de maio, quando foram obtidos US$ 10 milhões, embora
houvessem sido solicitados mais
de US$ 30 milhões.
"É muito pouco", afirmou Egeland. "Cerca de 800 mil crianças
sofrem de subnutrição e 150 mil
morrerão em breve."
Ele disse que a ONU colocou em
marcha uma operação de emergência para enviar à região 23 mil
toneladas de comida nos próximos dias.
Revoltadas com a falta de ajuda
dos governos, as agências humanitárias criticaram a postura da
comunidade internacional e afirmaram que a crise poderia ter sido evitada.
O chefe do Programa Mundial
de Alimentação da ONU, Gian
Carlo Cirri, disse que havia um
plano para evitar a tragédia, mas
não houve como colocá-lo em
prática por falta de fundos.
Segundo Jan Egeland, se a comunidade internacional tivesse
respondido quando a ajuda foi
solicitada, teria custado US$ 1 por
dia para evitar a subnutrição entre as crianças. Devido ao agravamento da crise, hoje custará US$
80 para salvar a vida de cada
criança subnutrida.
Apelos desesperados
A ONG britânica Oxfam fez ontem um apelo para conseguir
doações em dinheiro, afirmando
que mães desesperadas no Níger
estão alimentando seus filhos
com folhas para mantê-los vivos.
"A situação é crítica. A comida
que existe no país não pode ser
comprada pela maioria das pessoas porque os preços subiram
muito. Além disso, não está prevista nenhuma colheita para os
próximos três meses", disse Natasha Kafoworola Quist, diretora
da Oxfam para a África que está
no Níger atualmente.
Classificado como o segundo
país mais pobre do mundo depois
de Serra Leoa, o Níger enfrenta
freqüentemente o problema da
falta de alimentos. Mas a seca do
último ano, somada à praga de
gafanhotos e à indiferença da comunidade internacional, está
causando a mais grave crise da
história do país africano.
Com agências internacionais
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