São Paulo, segunda-feira, 21 de julho de 2008

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Democrata tem 300 assessores de política externa

ELISABETH BUMILLER
DO NEW YORK TIMES, EM WASHINGTON

Todos os dias, por volta das 8h, os assessores de política externa da sede da campanha do senador Barack Obama, em Chicago, lhe enviam dois e-mails: um briefing sobre os principais acontecimentos mundiais das últimas 24 horas e perguntas sobre relações internacionais que talvez serão feitas ao candidato ao longo do dia, com sugestões de respostas.
Uma pergunta recente, por exemplo, era se Obama era a favor da decisão tomada pelo premiê iraquiano, Nuri al Maliki, de incluir um cronograma para a retirada das tropas dos EUA em qualquer acordo novo de segurança a ser fechado com os EUA. A resposta, sugerida a Obama era "sim" -"uma oportunidade genuína", como disse em discurso sobre o Iraque na semana passada.
Por trás das mensagens de e-mail está um grupo coeso de assessores respaldado por um conjunto de 300 pessoas que compõem a burocracia da parte de seu comitê de campanha dedicada à política externa, organizada como um Departamento de Estado em miniatura para assessorar um candidato cuja experiência limitada em segurança nacional ainda é algo que preocupa a muitos eleitores.
"É uma coisa de manejo difícil, sem dúvida", disse Denis McDonough, 38, o principal assessor de política externa de Obama, falando da divisão em 20 equipes baseadas em regiões e tópicos e que recentemente, não sem algumas tensões, incorporou os principais assessores de política externa da campanha de Hillary Clinton.
O grupo está em plena atividade nesta semana, quando Obama faz sua primeira viagem ao exterior na condição de virtual candidato presidencial democrata.
A maioria dos membros mais importantes de sua equipe serviu no governo Bill Clinton, de modo geral em posições secundárias às dos assessores que trabalharam na campanha de Hillary. Mas eles seguem no controle no comitê ao mesmo tempo em que este recebe figuras mais sêniores da era Bill Clinton, como dois ex-secretários de Estado, Madeleine Albright e Warren Christopher, e estão posicionados de modo a deixar sua marca na política externa do partido.
Assim como o candidato para o qual trabalha, a maioria desses assessores se distinguiu do grupo de política externa de Hillary pela oposição precoce que fez à guerra do Iraque. Eles tendem a ser mais de esquerda e a enfatizar o emprego do "poder brando" da diplomacia e da ajuda econômica para tentar promover os interesses dos EUA. Mesmo assim, suas posições se enquadram no campo centrista do Partido Democrata em política externa, e não se abriram entre eles as fissuras políticas como as que dividiram os republicanos em neoconservadores e pragmatistas.
A equipe principal de Obama é liderada por Susan Rice, secretária-assistente de Estado para assuntos africanos na administração Clinton, que advoga uma resposta mais dura à crise do Darfur, no Sudão, e por Anthony Lake, o primeiro assessor de Segurança Nacional de Clinton.
O rival republicano de Obama, senador John McCain, tem uma assessoria de política externa muito menor, composta de cerca de 70 pessoas, sem subdivisões.
Outra pessoa que vem contribuindo com assessoria externa é o ex-secretário de Estado Colin Powell, que vem sendo cortejado por Obama. Powell, que é republicano, tem uma amizade de décadas com McCain, mas amigos seus dizem que ele se sente excluído de sua campanha e ficou bem impressionado quando Obama o procurou em junho.

Tradução de CLARA ALLAIN



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