|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ajuda começa a chegar às vítimas no Peru
Energia é restabelecida em parte da zona atingida por tremor e distribuição de alimentos fica mais regular
DA REDAÇÃO
O fornecimento de energia
foi restabelecido em parte da
zona afetada pelo terremoto da
semana passada no Peru e a
distribuição de ajuda às vítimas
começa a se regularizar. Mas
não se pode falar em "normalidade": o terremoto deixou 176
mil desabrigados, 1.039 feridos
e mais de 500 mortos, segundo
balanço divulgado ontem pela
Defesa Civil.
As estações de rádio estão
funcionando e o trânsito voltou
ao normal no trecho da rodovia
Pan-americana que liga Pisco a
Ica, ao sul de Lima. Mais ao
norte, a ligação entre Ica e a capital também está aberta, apesar dos danos na estrada.
Para o capitão Dante Molina,
coordenador do albergue do
parque municipal de Pisco, as
pessoas "estão se acostumando". Molina diz que no albergue, onde 3.000 estão abrigadas, as crianças começam a
brincar entre as tendas e alguns
trabalhadores já voltaram ao
serviço.
Voltou ao trabalho também o
prefeito de Pisco, Juan Mendoza, que perdeu uma irmã no
terremoto e agora coordena a
distribuição de tendas e alimentos. "Enviamos, rua a rua,
suprimentos para cerca de 12
mil pessoas no centro da cidade, além das 15 mil que estão
em albergues", disse. Mendoza
agradeceu a ajuda que chega
"de todos os lugares". Três
aviões da Força Aérea Brasileira chegaram com 46 toneladas
de comida no final de semana.
Grande parte da população
deixou o centro de Pisco, onde
85% das casas foram destruídas, e buscaram abrigo nas redondezas da cidade. Nesses locais, a assistência ainda é precária e a espera por alimento,
longa. "A água tem chegado,
mas recebemos pouca comida.
Estamos famintos e doentes",
contou Diana Rodríguez enquanto aguardava, em uma fila
de 2.000 pessoas, a chegada de
alimentos a um povoado próximo a Pisco.
A situação, no entanto, melhorou em relação aos primeiros dias, quando não havia comida e o acesso à água era difícil. Em Ica a ajuda é lenta, mas
chega e os tumultos que se seguiram ao terremoto cessaram.
Testemunhas contam que os
saques, minimizados pelo governo peruano, foram muito
mais que "incidentes isolados".
Um grupo de turistas estrangeiros se escondeu no deserto
de Ica, por medo da violência e
de tremores secundários. Um
deles, o argentino Gustavo Ruf,
28, conta que grupos armados
roubavam as pessoas que, desesperadas, corriam pela cidade após o terremoto.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Agências desaconselham viagens agora Próximo Texto: Esforço vizinho: Presidente boliviano doará metade do salário a peruanos Índice
|