São Paulo, terça-feira, 21 de agosto de 2007

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Ajuda começa a chegar às vítimas no Peru

Energia é restabelecida em parte da zona atingida por tremor e distribuição de alimentos fica mais regular

DA REDAÇÃO

O fornecimento de energia foi restabelecido em parte da zona afetada pelo terremoto da semana passada no Peru e a distribuição de ajuda às vítimas começa a se regularizar. Mas não se pode falar em "normalidade": o terremoto deixou 176 mil desabrigados, 1.039 feridos e mais de 500 mortos, segundo balanço divulgado ontem pela Defesa Civil.
As estações de rádio estão funcionando e o trânsito voltou ao normal no trecho da rodovia Pan-americana que liga Pisco a Ica, ao sul de Lima. Mais ao norte, a ligação entre Ica e a capital também está aberta, apesar dos danos na estrada.
Para o capitão Dante Molina, coordenador do albergue do parque municipal de Pisco, as pessoas "estão se acostumando". Molina diz que no albergue, onde 3.000 estão abrigadas, as crianças começam a brincar entre as tendas e alguns trabalhadores já voltaram ao serviço.
Voltou ao trabalho também o prefeito de Pisco, Juan Mendoza, que perdeu uma irmã no terremoto e agora coordena a distribuição de tendas e alimentos. "Enviamos, rua a rua, suprimentos para cerca de 12 mil pessoas no centro da cidade, além das 15 mil que estão em albergues", disse. Mendoza agradeceu a ajuda que chega "de todos os lugares". Três aviões da Força Aérea Brasileira chegaram com 46 toneladas de comida no final de semana.
Grande parte da população deixou o centro de Pisco, onde 85% das casas foram destruídas, e buscaram abrigo nas redondezas da cidade. Nesses locais, a assistência ainda é precária e a espera por alimento, longa. "A água tem chegado, mas recebemos pouca comida. Estamos famintos e doentes", contou Diana Rodríguez enquanto aguardava, em uma fila de 2.000 pessoas, a chegada de alimentos a um povoado próximo a Pisco.
A situação, no entanto, melhorou em relação aos primeiros dias, quando não havia comida e o acesso à água era difícil. Em Ica a ajuda é lenta, mas chega e os tumultos que se seguiram ao terremoto cessaram. Testemunhas contam que os saques, minimizados pelo governo peruano, foram muito mais que "incidentes isolados".
Um grupo de turistas estrangeiros se escondeu no deserto de Ica, por medo da violência e de tremores secundários. Um deles, o argentino Gustavo Ruf, 28, conta que grupos armados roubavam as pessoas que, desesperadas, corriam pela cidade após o terremoto.


Com agências internacionais

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