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ANÁLISE
Risco de proliferação atômica é descartado
SIMON MORGAN
FRANCE PRESSE
A primeira central nuclear
iraniana, que entrará em funcionamento hoje, não representa perigo de proliferação
atômica, apesar da preocupação persistente do Ocidente com relação aos objetivos
últimos de Teerã.
A Rússia, que ajudou a
construir a central, conseguiu que a ONU excluísse
Bushehr do embargo internacional à transferência de
equipamentos e tecnologia
nucleares ao Irã, comprometendo-se a fornecer o combustível usado pela central.
Moscou deu ainda garantia
total de que o uso da central
será exclusivamente civil.
O Ocidente, em especial os
EUA, defendem há anos que
a República Islâmica visa
usar seu programa nuclear
civil para se dotar de armas
atômicas. Teerã nega.
Alguns observadores receiam que o combustível
usado em Bushehr possa ser
empregado para a fabricação
de armas atômicas.
Porém, a central se encontra sob o regime de salvaguarda da AIEA, o que significa que seus inspetores vão
vigiar de perto o início da
produção energética.
Para Mark Fitzpatrick, do
Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, "se o Irã
tentar desviar o combustível
usado para convertê-lo em
plutônio ou usar o combustível de origem para enriquecê-lo para graus mais altos",
isso será descoberto.
Na opinião dele, as muitas
declarações sobre os perigos
de Bushehr "podem desviar
a atenção dos reais perigos
de proliferação representados pelos centros de enriquecimento iranianos e pelo reator de pesquisas de Arak,
que, este sim, poderia servir
para produzir plutônio".
De acordo com Mark
Hibbs, do centro de pesquisas Carnegie Endowment,
"cada reator nuclear encerra
teoricamente uma ameaça
de proliferação". Mas, nos últimos 50 anos, não ocorreram desvios "de combustível
de centrais nucleares sob supervisão da AIEA para a produção de bombas".
Tradução de CLARA ALLAIN
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