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Desabrigados de Gaza tomam edifício do governo do Hamas
43 famílias que vivam em barracas ocupam prédio inacabado
DA REUTERS, EM GAZA
Cerca de 40 famílias cujas
casas foram destruídas em
conflitos com Israel ocuparam nesta semana um edifício pertencente ao Hamas,
que governa a faixa de Gaza,
em um sinal de insatisfação
quanto à incapacidade do
movimento islâmico de lhes
fornecer abrigo.
Enfurecidos depois de passarem dois invernos vivendo
em barracas e por conta da
onda de calor escaldante que
agora os sufoca, os ativistas
ocuparam um edifício de
apartamentos inacabado, e
já resistiram a uma operação
da polícia para expulsá-los.
"O frio e o calor prejudicaram nossas crianças. Onde
estavam vocês?", proclama
uma faixa afixada a uma parede externa do edifício.
PRIMEIRA AÇÃO
Trata-se da primeira ação
aberta contra propriedades
estatais desde que o Hamas
assumiu o poder em Gaza em
2007, derrubando forças
leais ao movimento Fatah, de
Mahmoud Abbas, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP).
Bassam Jamil, um dos invasores, informou que 43 famílias haviam se instalado
no edifício ainda em construção, na cidade de Jabalya, no
norte de Gaza. O imóvel pertence ao Ministério da Habitação, administrado pelo Hamas.
"Perdemos a fé em que alguém seja capaz de reconstruir nossas casas. Decidimos nos abrigar no edifício
contra o calor das barracas
em que estávamos vivendo",
disse Jamil.
PROMESSAS E BLOQUEIOS
Milhares de residências e
fábricas foram destruídas
por bombardeios aéreos e da
artilharia israelenses em
uma ofensiva de três semanas conduzida entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009
contra militantes do Hamas.
O objetivo era impedir que
continuassem disparando
foguetes contra cidades israelenses próximas da faixa
de Gaza.
Doadores internacionais
prometeram US$ 5 bilhões
em assistência para a reconstrução do território, mas não
chegou dinheiro algum, em
parte devido à disputa entre
a Fatah e o Hamas.
O bloqueio israelense à faixa de Gaza também restringe
a chegada de suprimentos
como o cimento e o aço, que,
de acordo com as autoridades de Israel, poderiam ser
usados pelo Hamas para fins
militares.
No começo da semana, a
polícia do Hamas tentou expulsar as famílias do edifício,
mas enfrentou resistência de
mulheres e crianças.
O edifício contém 44 apartamentos inacabados. Os
ocupantes dizem que ainda
assim são melhores do que as
barracas que usavam.
Eles instalaram portas e
agora estão solicitando que
as autoridades municipais liguem a água e a luz.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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