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RELIGIÃO
Papa declara respeitar islã e lamenta má interpretação
DA REDAÇÃO
O papa Bento 16 disse ontem ter "profundo respeito"
pelo islã e admitiu que suas
declarações na Alemanha
eram passíveis de ser mal interpretadas, mas não se retratou com contundência como exigiam muçulmanos.
Em sua fala das quartas na
praça São Pedro, alegou que,
no discurso da semana passada, não pretendia endossar
uma visão negativa do islã ao
citar frase de um imperador
bizantino atacando Maomé.
"Espero que, em várias
ocasiões na visita [a seu país
natal], tenha ficado claro
meu profundo respeito pelas
grandes religiões", disse.
"Em particular pelos muçulmanos, que adoram um Deus
único e com quem estamos
comprometidos em defender e promover justiça social,
valores morais, paz e liberdade para todos."
"A declaração, infelizmente, se prestou a ser mal interpretada", admitiu, em referência ao trecho citado, que
acusa Maomé de propagar
sua fé pela força. "Para o leitor cuidadoso do meu texto,
porém, está claro que de nenhuma forma desejava fazer
minhas as palavras do imperador medieval", continuou.
"Queria explicar que não religião e violência, mas religião e razão, seguem juntas."
Foi a segunda vez em quatro dias que o papa falou sobre o discurso na Alemanha,
depois de protestos em vários países muçulmanos. No
último domingo, Bento 16 já
havia lamentado a reação
causada por suas declarações, mas não satisfez alguns
líderes islâmicos.
Mehmet Ali Agca, que tentou matar João Paulo 2º em
1981, advertiu ontem Bento
16 a não ir a Turquia em novembro. "Como alguém que
conhece esse tema bem, acho
que sua vida está em risco."
Na Tunísia, a edição de anteontem do francês "Le Figaro" foi confiscada por insultar o islã. O jornal trazia um
artigo em que um filósofo
descreve o Alcorão como "de
violência sem precedentes" e
acusa os muçulmanos de
tentar intimidar o Ocidente.
O papa seguiu sua rotina
normal ontem, mas reforçou
a segurança. A Promotoria
em Roma investiga ameaças
a Bento 16 e à Itália em sites.
Com agências internacionais
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