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análise
Republicanos buscam culpados
DAVID KIRKPATRICK
DO "NEW YORK TIMES", EM
WASHINGTON
Os defensores dos cortes
de impostos criticam as táticas de pressão dos evangélicos. Os conservadores cristãos dizem que a bancada republicana no Congresso os
deixou na mão. A linha dura
da política externa diz que o
presidente Bush está errado
na condução da guerra no
Iraque. E muitos republicanos culpam o deputado Mark
Foley por suas mensagens
sexuais aos ajudantes do
Congresso.
Com as pesquisas demonstrando que o controle do Legislativo pelos republicanos
está sob ameaça, os líderes
conservadores acusam uns
aos outros, em um círculo de
alegações de culpa pelas potenciais perdas republicanas
no pleito de 7 de novembro,
quando serão renovados um
terço do Senado e a Câmara.
"Trata-se de uma daquelas
raras derrotas que têm muitos pais", diz David Keene,
presidente da União Conservadora Norte-Americana.
Determinar se o pleito
confirmará ou não este pessimismo demorará ainda algumas semanas. Mas as recriminações que se seguem a
um fracasso podem influenciar a política e a orientação
estratégica de um partido
por muitos anos. Depois de
1992, os legisladores deixaram de lado qualquer idéia
de um aumento de impostos.
Depois de 1994, as medidas
de controle da posse de armas e de reforma nos serviços de saúde foram excluídas
da agenda. E 2004 levou alguns democratas a citar a Bíblia e a repensar sua posição
quanto ao aborto.
No caso dos republicanos,
as escaramuças entre os conservadores quanto ao que
pode ter acontecido de errado começaram antes que a
eleição seja decidida. E, depois de seis anos de controle
contínuo sobre a Casa Branca e as duas Casas do Legislativo, eles estão encontrando
dificuldade para encontrar
outros culpados que não eles
mesmos.
Base insatisfeita
As pesquisas deste ano
mostram ampla insatisfação
nas bases republicanas, o que
levou alguns dirigentes do
partido, entre os quais Newt
Gingrich, ex-presidente da
Câmara, a expressar preocupação quanto à possibilidade
de que as desavenças convençam muitos republicanos
a não ir às urnas.
Os antagonistas deste ano
incluem, além disso, críticos
novos, entre os quais Dick
Armey, antigo braço direito
de Gingrich. Nas últimas semanas, Armey reforçou uma
campanha contra a influência de James C. Dobson, fundador da organização Foco
na Família e voz influente
entre os evangélicos.
Armey acusou a bancada
republicana no Congresso de
"gritante submissão a James
Dobson" e sua "gangue de
brutamontes". "Os republicanos falam sobre coisas como casamento gay, e os democratas sobre as coisas que
importam às pessoas, por
exemplo, como o cidadão pode manter as contas em dia."
Os conservadores fiscais,
argumentou ele, estavam
surgindo como eleitores indecisos. "Muita gente acredita que [o democrata] Bill
Clinton nos tirou do déficit e
nos conduziu ao superávit, e
existe certa dose de prova
empírica quanto a isso."
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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