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ARGENTINA
Após divergências, Igreja convida Kirchner para debate
BRUNO LIMA
DE BUENOS AIRES
Após um período de bate-boca quase diário entre
membros da Igreja Católica
na Argentina e o presidente
Néstor Kirchner -que até
discursou que o diabo também chega "aos que usam batina"-, a igreja decidiu convidar o presidente a um
evento da UCA (Universidade Católica Argentina) que
discutirá o compromisso dos
católicos na sociedade civil e
na política.
O titular do episcopado argentino, cardeal Jorge Bergoglio, simpático ao ex-ministro Roberto Lavagna e
visto por Kirchner como um
de seus principais adversários, é também a máxima autoridade da UCA.
O evento acontecerá entre
3 e 5 de novembro -poucos
dias após o curioso confronto de forças entre governo e
igreja nas urnas. No próximo
dia 29, será a eleição para
formar a Assembléia Constituinte da Província de Misiones, no lado argentino das
Cataratas do Iguaçu.
Lá, o governador Carlos
Rovira, que é kirchnerista e
está no segundo mandato,
pretende implementar a reeleição ilimitada em uma reforma constitucional. Tem
apoio total da Casa Rosada.
O principal candidato da
oposição é o bispo aposentado Joaquín Piña, da Frente
Unida pela Dignidade.
A reeleição "infinita" é discutida em outras três Províncias do país, e, em todas
elas, é a igreja quem encabeça a oposição.
Para Kirchner, que chegou
a dizer que "Deus é de todos"
e "não tem partido", a igreja
não deve atuar como legenda
política.
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