São Paulo, sexta-feira, 21 de outubro de 2011

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ETA anuncia fim de suas ações armadas

Enfraquecidos após cinco décadas de luta, separatistas bascos pedem diálogo direto com espanhóis e franceses

Declaração faz parte de roteiro para acordo de paz mediado por grupo do ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O grupo separatista basco ETA anunciou "o fim definitivo de sua atividade armada", por meio de um vídeo e de um comunicado publicados ontem no site do jornal basco "Gara". A decisão pode ser o ponto final de uma história de mais de 50 anos de luta armada.
A renúncia à violência acontece em um momento em que o grupo separatista está enfraquecido. Após uma forte campanha de repressão iniciada em 2007, cerca de 700 membros do grupo -entre eles muitas lideranças- estão presos na Espanha e na França.
Além disso, o grupo vem perdendo apoio de políticos aliados e da parcela entre 10% e 20% da população basca que tradicionalmente vota em partidos pró-ETA.
O anúncio de ontem é parte de um roteiro de acordo de paz com os governos da Espanha e da França costurado por uma equipe de mediadores liderados pelo ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan.
A negociação foi possível após o ETA respeitar aproximadamente um ano de cessar-fogo anunciado pelo grupo em setembro de 2010 e reiterado em janeiro de 2011.
O fim da luta armada também é atribuído à crescente influência sobre o grupo de políticos de esquerda de orientação separatista.
Mas alguns analistas dizem que, sem muitas de suas lideranças, o ETA foi simplesmente derrotado.
No vídeo, três militantes mascarados convidam os governos espanhol e francês para um diálogo direto para acabar com o conflito -pela independência da região basca- e "construir um cenário de paz e liberdade".
O premiê José Luis Rodrígues Zapatero afirmou que o anúncio do ETA é uma "vitória de democracia".
O ETA foi fundado em 1959 por jovens do Partido Nacionalista Basco durante a ditadura de Francisco Franco (1939-1975).
Os principais alvos dos separatistas eram políticos e membros das forças de segurança. O total de vítimas fatais chegou a 829.
Entre 1989 e 2006, o ETA anunciou quatro tréguas, para negociar com França e Espanha, que não resultaram em paz definitiva.
Washington afirmou que prefere aguardar para verificar a "seriedade" do comunicado. "Já vimos anúncios semelhantes no passado", disse Mark Toner, portavoz do Departamento de Estado.



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