São Paulo, sexta-feira, 21 de outubro de 2011

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França e Alemanha adiam decisão sobre zona do euro

Reunião de domingo está mantida, mas haverá outro encontro dias depois

Apesar dos violentos protestos, Grécia aprova no Parlamento pacote de austeridade para sua economia

VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES

França e Alemanha não chegam a um acordo, e o esperado pacote de medidas para tentar resolver os problemas da Grécia e de toda a zona do euro não será anunciado após a reunião de líderes europeus no domingo.
Em nota, os governos das duas maiores economias do continente afirmaram que a reunião de domingo está mantida, mas que as decisões só serão tomadas após um segundo encontro, a acontecer até quarta-feira.
A principal divergência é o aumento do Fundo Europeu de Estabilização Financeira, que hoje dispõe de € 440 bilhões -considerado insuficiente para proteger economias como Itália e Espanha no caso de calote grego. Alguns analistas dizem que seriam necessários € 3 trilhões.
Também não há acordo sobre o "calote organizado" da dívida grega. A Alemanha quer corte de até 50%. A França acha que é muito.
Sem nada a apresentar, a chanceler alemã, Angela Merkel, cancelou um pronunciamento que faria hoje ao Parlamento alemão.
A crise no bloco pode ainda ser agravada pela ameaça feita pela agência Standard & Poor's de rebaixar a nota de França, Espanha, Itália, Irlanda e Portugal.
A agência, a mesma que rebaixou a nota dos EUA, disse que isso deve acontecer se o bloco entrar em recessão -o que é considerado provável.
E, enquanto o acordo de líderes europeus não vem, a Grécia continua a sofrer com greves e violência.
Ontem, no centro de Atenas, manifestantes de diferentes correntes políticas entraram em confronto durante marcha contra o governo.
Atiravam o que encontravam uns nos outros: pedras, lixo, paus. No meio da confusão, um homem de 53 anos morreu do coração. Outras 74 pessoas foram levadas a hospitais com ferimentos.
Mesmo com o tumulto, o Parlamento aprovou o novo pacote de austeridade, que prevê a demissão de 30 mil dos 700 mil servidores públicos, corte de salários e aposentadorias e mais tributos.
Também ontem, um relatório apontou que a situação da Grécia é ainda pior do que muitos imaginavam: a dívida cresce, o desemprego e a recessão se aprofundam, e o país precisa da liberação de empréstimos internacionais o mais rápido possível.
A culpa, dizem FMI, Banco Central Europeu (BCE) e União Europeia (UE), é do governo, lento na adoção de medidas, e da desaceleração da economia mundial.



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