São Paulo, quinta-feira, 21 de novembro de 2002

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AMBIENTE

Trecho de 295 km da costa noroeste da Espanha foi atingido por óleo do petroleiro Prestige, que afundou anteontem

Vazamento causa prejuízo de US$ 42 mi

Paul Hanna/Reuters
Arco-íris aparece entre rochas da praia de Trabas, na Espanha, cobertas com óleo combustível que vazou do petroleiro Prestige


DA REDAÇÃO

Sete grandes manchas de óleo ameaçavam ontem a costa noroeste da Espanha, um dia após o naufrágio do petroleiro Prestige, a 250 km da costa da Galícia, carregado com 77 mil toneladas de óleo combustível. O governo espanhol avalia em US$ 42 milhões os prejuízos causados até agora pelo vazamento.
Cerca de 10 mil toneladas de óleo vazaram desde o dia 13, quando o casco do navio rachou após uma tempestade. Mais de 60 mil toneladas de combustível afundaram dentro dos tanques do Prestige e podem vazar a qualquer momento, dizem especialistas. O local onde o navio afundou tem profundidade de 3.600 m.
Pelo menos 90 praias, numa extensão de 295 km de costa, já foram cobertas pelo óleo. Segundo o governo espanhol, 240 toneladas de óleo já foram recolhidas pelas equipes de resgate no mar e na costa da Galícia.
A quantidade de óleo levada pelo Prestige era o dobro da que levava o Exxon Valdez quando encalhou na costa do Alasca, em 1989, provocando um dos piores desastres ambientais da história.
Segundo Arsenio Fernández Mesa, representante do governo espanhol na Galícia, o óleo nos tanques do petroleiro não voltou a vazar desde o naufrágio.
Segundo alguns especialistas, o óleo que afundou com o navio pode se solidificar, por causa das baixas temperaturas no fundo do mar. Mas, para outros, há grandes chances de os tanques explodirem, devido à pressão. O óleo subiria então à superfície e seria levado à costa pela correnteza.
O vazamento de óleo ameaça um dos locais de fauna marinha mais rica da Espanha.
"Podemos ver o que está acontecendo por aqui. É um desastre", disse o ministro do Ambiente da Espanha, Jaime Matas, enquanto caminhava por uma praia da cidade galega de Arteixo coberta pela substância negra viscosa.
Segundo a agência Reuters, a aparência da praia era semelhante à de uma rua recém-asfaltada.
Em Portugal, as autoridades locais estavam ontem em alerta para prevenir eventuais contaminações nas costas do norte do país.
O governo espanhol iniciou ontem ações judiciais contra a seguradora do Prestige para receber indenizações pelo acidente.
A Comissão Européia disse, em Bruxelas, que a Espanha poderá receber cerca de US$ 120 milhões em auxílio para indenizar pescadores afetados pelo vazamento.
O Prestige, construído em 1976, foi avariado quando fazia a rota entre Riga (Letônia) e Cingapura, com escala em Gibraltar (colônia britânica no sul da Espanha).

Com agências internacionais


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