UOL


São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Justiça turca proíbe imagens ao vivo do local

DE LONDRES

As principais redes de TV da Turquia (CNN Turk, NTV, CNBC-E) e as duas estatais, TRT1 e TRT2, interromperam suas programações normais e se dedicaram integralmente à cobertura das explosões. Primeiro, mostraram as cenas, em cadeia com Show TV, que, por coincidência, tinha uma equipe de filmagem perto do banco HSBC. Todas as outras TVs ainda demoraram para chegar, pois seus repórteres ficaram presos no trânsito.
Mas assim que começaram as transmissões diretas, as TVs exibiram imagens com detalhes da destruição, mostrando corpos carbonizados, pernas ou braços espalhados. Por quase duas horas, as TVs mostraram tudo o que suas equipes filmavam, sem nenhuma edição, até que a Justiça turca proibiu a transmissão direta dos locais das explosões.
A ordem judicial alegou que as imagens comprometiam as investigações e provocavam ansiedade nas pessoas. A decisão foi mais tarde confirmada pelo Tribunal de Segurança.
Até o premiê Recep Tayyip Erdogan condenou a atuação das TVs e comparou-a com a cobertura do 11 de Setembro, nos EUA. "Em 11 de setembro de 2001, o que se viu foram duas torres. Aqui, todos os detalhes foram mostrados", disse. Segundo ele, as imagens podem causar danos psicológicos às pessoas, além de problemas relacionados à segurança.
Mas as cenas de terror foram registradas por testemunhas das explosões em Istambul. Uma delas, Fatma Orgu, contou à Folha, por telefone, o que ela e outros viram do ataque ao prédio do banco HSBC, no bairro de Levent.
"Foi um horror. Mesmo à distância, se via gente correndo, em pânico, pedindo socorro." (MLA)


Texto Anterior: Feridos comparam explosão a terremoto
Próximo Texto: Para analista turco, moderação e aliança com EUA tornam país alvo
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.