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São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 2003

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IRAQUE OCUPADO

Atentado teve como alvo um partido curdo em Kirkuk; ataque de forças americanas foi resposta a emboscada

Bomba mata ao menos 4 no Iraque; EUA matam dez

DA REDAÇÃO

Um carro-bomba matou pelo menos quatro pessoas em Kirkuk, no norte do Iraque, segundo as agências internacionais. De acordo com o diário "The New York Times", os mortos podem chegar a 12. Em Samarra (centro-norte), forças americanas mataram dez pessoas que tentaram atacar um comboio militar dos EUA.
As ações acontecem em meio à intensificação de ataques dos EUA, que lançaram nesta semana o maior bombardeio desde que o presidente americano, George W. Bush, anunciou o fim dos principais combates, em 1º de maio.
A explosão do carro-bomba foi a segunda em menos de 24 horas. Na noite de anteontem, um atentado diante da casa de um líder tribal em Ramadi, a oeste de Bagdá, matou duas pessoas.
O alvo do ataque de ontem em Kirkuk foi a sede do partido União Patriótica do Curdistão (PUK), que prega a separação da região curda do restante do Iraque. A explosão ocorreu ao redor das 10h30 da manhã (hora local) e destruiu o prédio de dois andares do partido. Uma emissora de rádio e TV localizada ao lado foi atingida. Entre os mortos há um menino de sete anos. O corpo do terrorista suicida foi encontrado despedaçado dentro dos destroços do carro.
O grupo terrorista islâmico Ansar al Islam, que costuma atuar no norte do Iraque, é o principal suspeito de ter cometido o atentado. O grupo é ligado à rede terrorista Al Qaeda. Autoridades curdas também não descartam a possibilidade de que insurgentes leais ao ex-ditador iraquiano Saddam Hussein possam estar envolvidos.
Ataques nas áreas controladas pelos curdos, como Kirkuk, são mais raros do que em Bagdá e em outras partes do país, principalmente no oeste iraquiano.
Mas têm sido cada vez mais frequentes os ataques contra aliados dos EUA no Iraque. O PUK apóia a presença americana no país. O líder do grupo atualmente é presidente do Conselho de Governo Iraquiano, instalado pelos EUA.
Houve outros dois ataques contra aliados dos EUA ontem: um político pró-EUA foi morto em Basra, e a Embaixada da Jordânia em Bagdá foi alvo de disparos. Um guarda iraquiano que fazia a segurança morreu. A área ao redor do prédio foi isolada por militares americanos.
A Embaixada da Jordânia havia se mudado para um outro prédio depois que um atentado contra a antiga sede, em agosto passado, deixou 19 mortos.

Ataque americano
Autoridades americanas afirmaram que insurgentes usando armas de fogo começaram a disparar contra um comboio de veículos dos EUA perto de Samarra. As forças americanas responderam com tanques.
De acordo com autoridades da 4ª Divisão de Infantaria dos EUA citadas pela CNN, dez insurgentes foram mortos e três veículos ficaram destruídos.
Arshad Yassin, cunhado e ex-piloto de helicóptero do ex-ditador Saddam Hussein, foi preso perto de Kirkuk.

Renúncia
O prefeito de Fallujah, Taha Bedawi, renunciou ao seu cargo ontem. Ele havia sido indicado pelos EUA para assumir a prefeitura da cidade, que é uma das mais antiamericanas do Iraque.
A oposição ao prefeito na cidade, a oeste de Bagdá, vinha crescendo muito nos últimos tempos. No mês passado, os escritórios de Bedawi foram atacados por moradores. Seu carro e parte do prédio onde funciona a prefeitura foram incendiados.

Petróleo por comida
Acaba hoje o programa da ONU denominado "Petróleo por comida". O plano, iniciado na década passada, visava amenizar os efeitos das sanções econômicas -levantadas em maio- ao Iraque.


Com agências internacionais


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