DA REDAÇÃO

A Venezuela deve inaugurar mais um conturbado período político a partir de hoje, quando aliados do presidente Hugo Chávez iniciam uma campanha de coleta de assinaturas para convocar um referendo com o objetivo de afastar 39 deputados da oposição. Daqui a uma semana, será a vez de os oposicionistas recolherem assinaturas para tirar Chávez do poder.
Caso consigam o mínimo de assinaturas exigido, os chavistas terão a chance de, em novas eleições, elevar a pequena maioria governista no Congresso, composto por 165 parlamentares.
A maioria dos 40 deputados é formada por ex-aliados de Chávez, que os chamou anteontem de "um grupo de legisladores traidores". O partido oficial, Movimento Quinta República, promete mobilizar 500 mil pessoas.
Para a oposição, a campanha de hoje objetiva apenas perturbar a coleta de assinaturas contra o próprio Chávez. "É um evento de muito pouca relevância", disse o deputado Alejandro Armas, um dos ex-aliados de Chávez que poderão enfrentar uma nova eleição. "O importante é o referendo presidencial."
A campanha de coleta de assinaturas contra Chávez será realizada a partir da próxima sexta-feira e também terá quatro dias.
A Constituição venezuelana permite a realização desses referendos a partir da metade do mandato. Para a convocação do referendo, é necessária a coleta de assinaturas de 20% da seção eleitoral. No caso de Chávez, a oposição precisa recolher ao menos 2,4 milhões de assinaturas.