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IRAQUE SOB TUTELA
Al Qaeda reage negativamente e diz que "espada e sangue" são as únicas formas de diálogo possíveis
Presidente convida insurgentes a negociar
DA REDAÇÃO
O presidente iraquiano, Jalal
Talabani, declarou que deseja travar diálogo com os insurgentes
caso queiram falar com ele. O
pronunciamento ocorreu ontem
durante a conferência nacional
pela reconciliação, no Cairo,
quando Talabani afirmou ser
"responsável por todos os iraquianos" e disse querer "ouvir todos, inclusive os criminosos". "Se
os que se definem como a resistência iraquiana quiserem contatar-me, são todos bem-vindos",
completou.
O presidente afirmou ainda que
os aliados de Saddam Hussein e
os extremistas religiosos não têm
nenhum papel a ser desempenhado no processo político do país.
Recentemente, foram divulgados boatos sobre a ocorrência de
contatos entre os insurgentes e o
governo iraquiano. Todos foram
negados. Contudo, Donald
Rumsfeld, secretário americano
da Defesa, declarou em junho que
o governo americano regularmente facilita os contatos entre o
governo iraquiano e os insurgentes. Na ocasião, Talabani negou a
informação. "O governo iraquiano não tem nada a ver com negociações com a insurgência."
Bem-vindos
Não ficou exatamente claro para quem o presidente iraquiano se
dirigia em sua fala de ontem na
conferência promovida pela Liga
Árabe. "Estou me comprometendo a escutá-los, mesmo aqueles
que são criminosos e estão sob
julgamento. Mas, obviamente, isso não significa que vou aceitar o
que dizem", afirmou o presidente
durante uma coletiva de imprensa. Líderes governamentais haviam declarado anteriormente a
intenção de conversas com as forças de oposição, principalmente
com aquelas que já manifestaram
a intenção de se desarmar -mas
não com as responsáveis pela
morte de iraquianos.
Circularam no país informações não confirmadas de que Talabani chegou a se reunir com representantes da oposição durante
a conferência do Cairo.
Oficialmente, nenhum representante da insurgência que luta
pela expulsão das tropas americanas do território iraquiano e pela
queda do atual governo estavam
presentes. A Al Qaeda manifestou
rejeição à conferência e aos seus
participantes e, em um comunicado divulgado na internet ontem, disse que "a espada e o sangue são as únicas vias de diálogo."
Ataques insurgentes mataram,
ontem, um soldado americano
nas proximidades de Bagdá. Um
soldado britânico foi morto no sul
da cidade, em uma operação na
qual as forças norte-americanas
cercaram uma casa na cidade de
Mossul. Oito supostos membros
da Al Qaeda morreram numa troca de tiros ocorrida durante a
operação.
De acordo com informações do
governo americano, 24 pessoas
morreram numa emboscada a
uma patrulha iraquiana e americana em Haditha, a 220 km de
Bagdá, também ontem. O número inclui 15 civis mortos e mais
um soldado americano.
O clã do líder da Al Qaeda no
Iraque, Abu Musab al-Zarqawi,
cortou os vínculos com o terrorista jordaniano por causa dos ataques organizados por ele em três
hotéis de Amã. Zarqawi reivindicou a autoria dos atentados, que
mataram 60 pessoas -o número
subiu neste domingo com a morte
de uma garçonete de 19 anos que
havia ficado gravemente ferida
nas explosões.
A rejeição foi anunciada em um
comunicado assinado por 57
membros do clã Al-Khalayleh.
Com agências internacionais
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