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Presidente do Irã propõe cúpula com Bagdá e Damasco para discutir violência
DA REDAÇÃO
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, convidou
os líderes do Iraque e da Síria
para um encontro em que debaterão formas de conter a escalada de violência no Iraque. O
governo do americano George
W. Bush tem sido pressionado
a incorporar Teerã e Damasco
às conversas sobre uma saída
para o conflito -anteontem, o
ex-secretário de Estado Henry
Kissinger, que tem assessorado
Bush na questão, propôs que
uma conferência regional incluísse os dois países.
Do lado iraquiano, o presidente Jalal Talabani e o premiê
Nuri al Maliki aceitaram o convite. Mas ainda não há uma resposta oficial do ditador sírio,
Bashar al Assad. A idéia inicial é
que a cúpula ocorra no sábado.
Os EUA, que não mantêm relações com Teerã, reagiram
com cautela, considerando a
iniciativa bem-vinda -mas
lembrando que o Irã não havia
cumprido acordos no passado.
O convite foi divulgado durante a visita do chanceler sírio,
Walid Muallim, a Maliki -a
principal de uma autoridade de
Damasco desde a invasão americana, em março de 2003. No
encontro, foi anunciado o restabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países,
cortada no início dos anos 80.
Tanto Bagdá quanto Washington já acusaram Damasco
de não fazer nada para deter a
passagem de terroristas para o
lado iraquiano. O porta-voz militar americano no Iraque, general William Caldwell, afirmou que entre 50 e 70 entram
pela fronteira por mês.
A violência segue descontrolada no país. Ontem, foi morto
um dos mais populares comediantes do Iraque, famoso por
imitar na TV autoridades e insurgentes. Em episódios diversos, outras 46 pessoas que foram assassinadas ou tiveram
seu corpo encontrado.
"Estamos num estado de
guerra, e na guerra todas as medidas são permitidas", declarou
o ministro da Defesa, Abdel Qader Jassim, ante o quadro. Só
nos 20 primeiros dias do mês
1.370 pessoas morreram. Em
todo o mês de outubro, foram
1.216, número que já era o
maior desde abril de 2005.
Saddam
A organização de defesa dos
direitos humanos Human
Rights Watch divulgou relatório ontem em que afirma que o
julgamento do ex-ditador Saddam Hussein (1979-2003) teve
"sérias falhas de procedimento" e, portanto, deveria ser anulado. Saddam foi condenado à
forca no último dia 5, pelo massacre de 148 xiitas nos anos 80.
O informe se baseia em dez
meses de observações e entrevistas com juízes, promotores e
advogados. Segundo ele, os juízes não agiram de forma imparcial. "A conduta da Corte reflete uma falta de entendimento
dos princípios fundamentais de
um julgamento justo. (...) Sob
tais circunstâncias, a validade
do veredicto é questionável."
O promotor chefe, Jaafar al
Mousawi, disse que o julgamento foi "justo e transparente". A defesa disse que o relatório "abre caminho para uma
ação internacional para pôr fim
a essa farsa".
Com agências internacionais
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