Ministro diz que polícia protegerá os 3 reféns e os rebeldes que os libertarem

Segundo jornais locais, trio já está no país, mas não se sabe ainda onde; familiares estão preparando suas casas para a chegada prometida

DA REDAÇÃO

O governo do venezuelano Hugo Chávez está pronto para receber os três reféns cuja libertação foi anunciada pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), afirmou à agência Associated Press o ministro da Justiça venezuelano, Pedro Carreño.
Segundo o ministro, unidades especiais de militares e policiais apenas aguardam ordens de Chávez para receber os seqüestrados. Apesar das especulações sobre o paradeiro do trio na imprensa venezuelana, o governo diz não saber onde a libertação se dará.
Na terça-feira, a guerrilha anunciou, em mensagem à agência cubana Prensa Latina, que poria em liberdade três reféns em desagravo a Chávez. As Farc disseram que entregariam os seqüestrados ao venezuelano ou a quem ele definisse. A libertação foi confirmada ontem pela guerrilha, em seu site (www.farcep.org)
Segundo Carreño, as unidades operacionais venezuelanas não vão garantir somente a segurança dos seqüestrados mas também a dos guerrilheiros que os libertarem. Ele disse que os emissários das Farc serão protegidos "para que não seja como quando entregaram provas de vida e foram detidos". O ministro se referia à apreensão, no mês passado, de vídeos, fotos e cartas dos seqüestrados com três guerrilheiros pela polícia colombiana -na ocasião, os rebeldes foram presos.
Ontem, o presidente colombiano, Álvaro Uribe, voltou a dizer que considera a libertação dos reféns bem-vinda. Uribe afirmou que não entrará em novas contendas com Chávez, afastado por ele das negociações entre as Farc e o governo colombiano no mês passado. O afastamento desencadeou uma crise entre os países vizinhos.
Na Venezuela, jornais especulavam ontem sobre a hipótese de os reféns já estarem no país. Citando fontes não-identificadas, o diário "Reporte" afirmou que os seqüestrados estariam em Caracas ou em uma propriedade próxima à fronteira colombiana.
O "Nacional", por sua vez, publicou que os reféns estariam na propriedade de um ex-ministro venezuelano. Segundo o mesmo jornal, a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt também estaria na propriedade para receber assistência médica e recuperar-se.

Preparativos
Na expectativa de rever os parentes há muito seqüestrados, as famílias de Clara Rojas, que teve há três anos um filho no cativeiro -Emmanuel-, e de Consuelo Rodríguez de Perdomo começaram a preparar as suas casas para recebê-los.
Enquanto as duas famílias comemoram o anúncio da libertação de seus parentes, outras duas lamentam um marco histórico. Hoje faz dez anos que Pablo Emilio Moncayo e Libio José Martínez, dois cabos do Exército colombiano, estão em poder das Farc. Segundo a Fundação País Livre, ONG que assessora vítimas de seqüestro, os dois são os reféns há mais tempo em cativeiro no mundo.