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Denúncia contra Zuma é iminente, diz procurador
DA REDAÇÃO
Jacob Zuma, empossado ontem líder do Congresso Nacional Africano (CNA) e franco favorito para as eleições presidenciais sul-africanas de 2009,
pode ser impedido de concorrer. O procurador-geral Mokotedi Mphse disse ontem ter evidências suficientes para provar
que ele recebeu propina de
uma indústria de armas francesas quando era vice-presidente
do país. Segundo Mphse, a denúncia é "iminente".
O escândalo, que afastou Zuma da Vice-Presidência em
2005, é o principal obstáculo
no caminho do político carismático para a Presidência
-uma eventual condenação o
tornaria inelegível. A popularidade de Zuma, porém, sobreviveu às intempéries judiciais
-inclusive a uma acusação de
estupro no ano passado. Ele se
tornou um dos sul-africanos
mais poderosos ao derrotar,
nesta semana, o presidente do
país, Thabo Mbeki, na disputa
pela liderança do CNA.
Os aliados de Zuma dizem
que as acusações são uma conspiração de rivais e criticam
Mbeki por, em dois mandatos
consecutivos, falhar no combate à pobreza. A rivalidade dividiu o CNA, que derrubou o
apartheid e governa o país desde 1994. Foi a primeira escolha
não consensual de um líder do
partido desde 1949.
Vencida a guerra sucessória,
Zuma abrandou o tom. No discurso que encerrou a 52ª Conferência Nacional do CNA, ele
disse ontem que terá "relações
de trabalho estáveis" com Mbeki, a quem chamou de camarada, e prometeu trabalhar pela
unidade. "Posições divergentes
não nos tornam inimigos."
Aos investidores, preocupados com a possibilidade de futuras estatizações -com as
quais Zuma, apoiado por sindicatos, comunistas e pela tradicionalmente radical juventude
do CNA, flertou-, ele mandou
um recado claro. "Não há razão
para temores dos empresários
locais e internacionais nem de
qualquer outro setor", disse,
em entrevista coletiva. A África
do Sul, o país mais rico do continente, é um dos maiores produtores mundiais de ouro, cromo, platina e diamante.
Com o "New York Times" e agências internacionais
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