São Paulo, terça-feira, 21 de dezembro de 2010

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OPINIÃO

Em Heathrow, a desinformação só alimenta toda a confusão

VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES

O político americano Hiram Johson disse no início do século passado que a primeira vítima da guerra é a verdade. No caos aéreo reinante na Europa, hoje, a primeira vítima é a informação.
Em Londres, onde a situação é a mais crítica em todo o continente, ninguém consegue informar com exatidão quais voos irão sair ou não.
A desinformação só alimenta o caos. A operadora que administra Heathrow diz para as pessoas procurarem as companhias e só irem para o aeroporto se tiverem certeza de que vão mesmo viajar.
As companhias, muitas vezes, afirmam que os voos estão confirmados e mandam as pessoas ao aeroporto. O site de Heathrow dá as mesmas informações.
Mas quem chega lá é impedido de entrar nos terminais, que estão superlotados.
Os que estão dentro dormem no chão. Fora, os mais teimosos esperam numa temperatura de -3ºC.
Os hotéis próximos estão sem vaga. Há filas de mais de duas horas para táxi. O metrô e o trem expresso para o centro estão lotados e lentos.
E a previsão é de mais frio.
Muitos se perguntam como isso acontece no maior aeroporto da Europa.
A resposta é sempre a mesma. Esse frio, com temperaturas abaixo de zero por vários dias, é atípico para Londres. Mas ocorreu o mesmo nos últimos dois invernos.
O governo agora diz que consultará cientistas para saber se isso deixou de ser excepcionalidade e se é o caso de investir em equipamentos usados em aeroportos de lugares mais frios, como Oslo.
A solução, se vier, demorará anos. É tempo demais para quem quer apenas passar este Natal num lugar mais confortável que o chão gelado de um terminal aéreo.


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