São Paulo, quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

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No site oficial, Irã está entre prioridades

Página da Casa Branca oficializa intenção de diálogo sem precondições sobre programa nuclear iraniano

DE WASHINGTON

Agora é oficial: o que Barack Obama disse durante campanha e relativizou com o passar do tempo e em depoimento de sua secretária de Estado, Hillary Clinton, no Senado, consta do site da Casa Branca. "Barack Obama apoia diplomacia dura e direta com o Irã sem precondições", diz o texto da página, que foi reformulada já a partir das 12h de terça-feira.
Está no item "Política Externa" da seção "Agenda", que não existia sob Bush. "Agora é a hora de usar o poder da diplomacia americana para pressionar o Irã a parar seu programa nuclear ilícito, o apoio ao terrorismo e as ameaças a Israel", continua. "Obama e [o vice-presidente] Biden vão oferecer uma escolha ao regime iraniano."
Se o Irã abandonar o enriquecimento de urânio e o apoio ao terrorismo, diz o site, "vamos oferecer iniciativas como afiliação à Organização Mundial do Comércio, investimentos econômicos e mudança em direção a relações diplomáticas normais". O país e os EUA não têm relações diplomáticas desde 1979.
Se Teerã não aceitar as mudanças propostas pelos EUA, no entanto, adverte o texto, "vamos elevar nossa pressão econômica e o isolamento político". Apesar do tom ameaçador, a retórica bate de frente com a adotada pelo governo Bush, que colocou o Irã no "eixo do mal" e exigia que o país suspendesse o enriquecimento de urânio -que pode ser usado como combustível de bombas- antes de iniciar negociações.
O Irã nega que seu programa nuclear tenha objetivo bélico.
A agenda é uma das mudanças no site oficial do governo, que ganhou visual mais limpo e até um blog. Entre outras inovações, está uma crítica ao governo Bush, uma prática inédita -desde que Bill Clinton lançou o site, nos anos 90, há uma regra não escrita de o atual ocupante não atacar seus antecessores no endereço oficial.
No item sobre o furacão Katrina, que em 2005 deixou milhares de mortos no sul do país, a atuação do republicano é criticada. "O presidente Obama vai cumprir as promessas não cumpridas do presidente Bush de reconstruir Nova Orleans e o golfo do México", afirma. (SD)


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