São Paulo, terça-feira, 22 de fevereiro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

IRAQUE SOB TUTELA

Reunião decide hoje o nome do candidato da aliança xiita vencedora, que enfrentará o premiê interino

Esquenta a disputa pelo cargo de premiê iraquiano

DA REDAÇÃO

Ahmad Chalabi, político secular que já teve fortes ligações com Washington, e Ibrahim al Jaafari, vice-presidente interino conservador, enfrentarão hoje votação secreta para determinar quem será indicado pela maioria xiita ao cargo de premiê, segundo membros da Aliança Iraquiana Unida.
A aliança, que ficou com a maioria das cadeiras na Assembléia Nacional, está há dias sem conseguir decidir entre Chalabi e Al Jaafari, o presidente do partido Dawa. O porta-voz de Chalabi, Haidar al Moussawi, afirmou que o clérigo xiita mais importante do Iraque -o grão-aiatolá Ali al Sistani- se encontrou com o ministro interino das Finanças, Abdel Abdul-Mahdi, e disse apoiar qualquer decisão da aliança.
O escolhido deve enfrentar o premiê interino Iyad Allawi, já que seu partido o lançou como candidato. O partido de Allawi ficou em terceiro, com 40 lugares na Assembléia. Um assessor de Chalabi, Frances Brooke, um ex-lobista de Washington, afirmou que Chalabi se recusou a retirar sua indicação para o cargo e forçou a votação. Fontes internas afirmam que Chalabi tem o apoio de cerca de 80 membros.
A União Européia concordou em abrir representação em Bagdá para coordenar o treinamento de juízes, promotores e guardas de prisão. Por ora, o treinamento de mais de 700 iraquianos será na Europa ou em outros países do Oriente Médio.

Ataques
Americanos fizeram incursões em casas no segundo dia de ofensiva a oeste de Bagdá. Em Ramadi, marines montaram postos de controle, inspecionaram carros e fecharam partes da cidade, prendendo 42 insurgentes. O major iraquiano Abdul Karim al Faraji afirmou que soldados detiveram um proeminente xeque sunita, Mohammed Nasir Ali al Ijbie, e mais 12 parentes.
Moradores de Hadithah afirmaram que a cidade foi bombardeada por um avião da coalizão internacional. Nenhuma morte foi divulgada. Insurgentes libertaram dois jornalistas indonésios capturados na semana passada em Ramadi. A apresentadora de TV iraquiana Raiedah Mohammed Wageh Wazan foi seqüestrada no domingo em Mossul, segundo um funcionário da TV. A estação foi alvejada na semana passada por divulgar aspectos negativos da insurgência, segundo militares dos EUA, que dizem que insurgentes ameaçaram continuar atacando os empregados da TV.
Um grupo terrorista que se identificou como Brigada dos Horrores do Exército Islâmico do Iraque afirmou, em comunicados distribuídos em cidades do norte, que seqüestrou três empresários que trabalhavam para as tropas dos EUA, entre eles um turco, e afirmou que vai matá-los.
Três jornalistas italianos deixaram o país depois de um alerta de segurança, segundo a agência de notícias Ansa. Quatro soldados americanos foram mortos, três deles quando uma bomba explodiu em uma estrada. O outro soldado foi morto em Mossul no sábado. Nove iraquianos morreram e dois desapareceram ao norte de Bagdá. Em Diyala, um caminhoneiro morreu e dois desapareceram após ataque contra três caminhões que transportavam veículos para o Exército iraquiano.
Um professor do Instituto do Petróleo de Baiji morreu por causa da explosão de uma bomba. Um soldado iraquiano morreu em um ataque com morteiros perto de Samarra. Em Mossul, o tenente-coronel da polícia Esam Fathi foi assassinado. Em Bagdá, um funcionário do Ministério da Saúde, um soldado, um policial e um civil morreram no domingo.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Europa tenta superar rixa sobre Iraque
Próximo Texto: Oriente Médio: Cresce pressão anti-Síria nos EUA e na Europa
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.