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ORIENTE MÉDIO
Soltura de 500 agora e de 400 depois é considerada insuficiente
Israel solta presos, mas palestinos não se satisfazem
DA REDAÇÃO
Cumprindo parte do acordo estabelecido com os palestinos há
duas semanas, quando foi anunciada uma trégua bilateral, Israel
libertou ontem cerca de 500 presos palestinos. Foi a maior liberação de detentos em uma década.
Os ex-prisioneiros foram recebidos com festa na Cisjordânia e
em Gaza, mas o clima de insatisfação persistiu, por vários motivos.
O principal é que os palestinos
consideraram insuficiente o número de libertados. Mesmo após
a soltura de 500 prisioneiros ontem, e de mais 400 nos próximos
dias, restarão cerca de 7.000 palestinos nos cárceres israelenses.
"Não haverá paz nem segurança
sem a libertação de todos os prisioneiros", disse Hassan Abu Armana, que passou dois anos nas
prisões de Israel.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, havia prometido
que a libertação de todos os prisioneiros seria sua "maior prioridade", mas Israel se recusa a libertar aqueles com participação direta em atos de violência.
O descontentamento dos palestinos devia-se também ao endosso, anteontem, pelo gabinete do
premiê israelense, Ariel Sharon,
do muro que separa Israel da Cisjordânia. No mesmo dia havia sido aprovado o plano de retirada
completa dos assentamentos judaicos na faixa de Gaza.
Se a libertação dos prisioneiros
e a saída israelense de Gaza podem ser considerados vitórias políticas de Abbas, ele ainda não teve
tempo de comemorá-las.
A sessão do Parlamento palestino que ontem deveria aprovar um
voto de confiança ao gabinete
apresentado pelo primeiro-ministro palestino, Ahmed Korei, foi
suspensa, após ficar claro que a
aprovação não viria. Críticos reclamam da escassez de "caras novas" na lista de Korei e que vários
de seus nomes estão associados a
denúncias de corrupção.
O presidente dos EUA, George
W. Bush, disse ontem em Bruxelas que a solução do conflito israelo-palestino está agora "ao alcance da mão" e que Abbas deveria
"aproveitar essa oportunidade".
Disse ainda que Israel deve congelar os assentamentos na Cisjordânia e que o Estado palestino deve
ter continuidade territorial.
O chanceler de Israel, Sylvan
Shalom, afirmou que dez países
árabes pretendem estabelecer
uma representação diplomática
em Israel.
Com agências internacionais
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