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Acusação de estupro por policiais acirra tensão entre xiitas e sunitas iraquianos
DA REDAÇÃO
Um caso de estupro no Iraque está alimentando o ódio
sectário no país e causando dano ao governo do premiê Nuri
al Maliki.
Na última segunda-feira,
uma mulher chamada Sabreen
al Janabi, sunita, declarou à imprensa que havia sido estuprada por policiais iraquianos. Segundo Janabi, que não esclareceu exatamente quando teria
ocorrido o estupro, agentes da
polícia entraram na sua casa à
procura de armas, levaram-na
embora e a violentaram.
Quando a história chegou aos
jornais iraquianos, o governo
de Maliki logo divulgou um comunicado declarando que não
houve nenhum estupro e que
Sabreen al Janabi já era procurada pela polícia, sendo que
três mandados de prisão haviam sido emitidos contra ela.
Vale lembrar que a maioria
da população iraquiana é composta por xiitas, sendo o premiê
um deles.
A imprensa iraquiana repercutiu, revelando a dimensão da
tensão entre muçulmanos xiitas e sunitas no país: "Maliki
nega o estupro de Sabreen e decide recompensar os policiais
acusados", era a versão do "Al
Mashriq", um jornal sunita, para o caso. Já o xiita "Al Bayaan",
ligado ao partido de Maliki, circulou afirmando que "Sabreen
al Janabi é uma mentirosa procurada pelas autoridades".
Por ora, os EUA mantiveram-se afastados do caso, apesar de o suposto boletim médico ter partido do Ibn Sina, o
principal hospital militar americano em Bagdá, localizado na
Zona Verde, área de segurança
máxima controlada pelos EUA.
"O boletim médico não foi
emitido por forças americanas.
Nossa política é clara: nós nunca divulgamos nenhuma informação médica sobre nossos pacientes", afirmou o general William Caldwell. O general disse
ainda que os militares americanos investigarão a denúncia de
estupro.
Demissão
Ontem o caso fez uma baixa
entre os membros do governo
de Nuri al Maliki. Sem nenhuma justificativa oficial, o premiê demitiu o chefe do departamento governamental encarregado da administração dos
locais sagrados sunitas.
Ahmed Abdul al Samarrai
afirmou ter sido demitido por
criticar o governo; entre as críticas estão o modo como Maliki
lidou com a acusação de estupro de Sabreen al Janabi. "Eu
acho que [fui demitido] porque
estou sempre contra a maioria
das decisões tomadas por esse
governo", disse Samarrai.
Helicóptero
Ontem mais um helicóptero
militar americano foi alvejado,
no céu de Bagdá. Foi a oitava
aeronave desse tipo que a insurgência iraquiana abateu
neste mês.
De acordo com o comando
militar dos EUA no Iraque, o
aparelho fez um pouso forçado
após ser atingido, mas nenhuma das nove pessoas ficou gravemente ferida.
Com agências internacionais
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