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Jornal anuncia sucessão e diz que não há "transição" na ilha
DA REDAÇÃO
"Apenas 72 horas nos separam de um dos momentos mais
cruciais para os cubanos." Desta maneira, o jornal estatal "Juventud Rebeld" começa o texto
que apresenta a eleição do novo
chefe do Conselho de Estado,
cargo até a última terça ocupado pelo ditador Fidel Castro.
É a primeira menção da imprensa estatal sobre o processo
sucessório de domingo, quando
tomam posse os 614 deputados
eleitos em 20 de janeiro.
Nenhuma palavra para possíveis nomes de substitutos para Fidel ou indicativos de que
Raúl Castro, o irmão que há 19
meses ocupa interinamente o
cargo, será confirmado nele.
O texto defende a representatividade dos parlamentares
(embora só tenham ido às urnas exatos 614 nomes indicados) e diz que a média de idade
deles é de 49 anos (56% nasceu
depois de 1959), dos quais 265
são mulheres (43,16%) e
35,67% são negros e mestiços.
Apesar da menção a "momentos cruciais", o tom tanto
do "Juventud" como o também
estatal "Granma" é evitar ecoar
discussões sobre "transição" ou
mudanças no regime.
"Qual é a transição? Perder a
identidade?", pergunta em editorial o "Granma", que afirma
que ela já ocorreu em 1959. Ontem, a Folha revelou que, a
convite de Fidel, o último premiê alemão oriental, Hans Modrow, está em Havana para falar da transição em seu país.
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