São Paulo, sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

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Jornal anuncia sucessão e diz que não há "transição" na ilha

DA REDAÇÃO

"Apenas 72 horas nos separam de um dos momentos mais cruciais para os cubanos." Desta maneira, o jornal estatal "Juventud Rebeld" começa o texto que apresenta a eleição do novo chefe do Conselho de Estado, cargo até a última terça ocupado pelo ditador Fidel Castro.
É a primeira menção da imprensa estatal sobre o processo sucessório de domingo, quando tomam posse os 614 deputados eleitos em 20 de janeiro.
Nenhuma palavra para possíveis nomes de substitutos para Fidel ou indicativos de que Raúl Castro, o irmão que há 19 meses ocupa interinamente o cargo, será confirmado nele.
O texto defende a representatividade dos parlamentares (embora só tenham ido às urnas exatos 614 nomes indicados) e diz que a média de idade deles é de 49 anos (56% nasceu depois de 1959), dos quais 265 são mulheres (43,16%) e 35,67% são negros e mestiços.
Apesar da menção a "momentos cruciais", o tom tanto do "Juventud" como o também estatal "Granma" é evitar ecoar discussões sobre "transição" ou mudanças no regime.
"Qual é a transição? Perder a identidade?", pergunta em editorial o "Granma", que afirma que ela já ocorreu em 1959. Ontem, a Folha revelou que, a convite de Fidel, o último premiê alemão oriental, Hans Modrow, está em Havana para falar da transição em seu país.


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