São Paulo, terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

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EUA elevam tom de condenação e anunciam saída de diplomatas

ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

Após uma condenação reticente à violenta repressão do regime do ditador Muammar Gaddafi contra manifestantes, os EUA elevaram o tom da crítica ontem e anunciaram a retirada de pessoal diplomático não essencial e suas famílias da Líbia.
A secretária de Estado, Hillary Clinton, disse ser "hora de parar com o banho de sangue inaceitável" e exortou o governo a "respeitar os direitos universais dos líbios".
O Departamento de Estado americano ainda emitiu alerta contra viagens à Líbia.
No domingo, o departamento dissera em nota tida como mais branda que levantou "forte objeção ao uso de força letal contra manifestantes a vários membros do governo". "Eles declararam compromisso com a proteção de protestos pacíficos. Esperamos que o governo mantenha esse compromisso".
A reação inicial dos EUA aos protestos no Egito já havia sido alvo de polêmica.
Os EUA, bem como o Reino Unido, vinham recebendo críticas por ter normalizado gradualmente as relações com Líbia a partir de 2003, quando Gaddafi se comprometeu a não desenvolver armas de destruição em massa e lutar contra o terror.
O país era considerado patrocinador do terrorismo desde 1979 e sofrera sanções nas décadas que se seguiram.
O anúncio da retirada dos diplomatas dos EUA não essenciais e a elevação de tom foi seguida por decisões similares de vários países.
Chanceleres europeus fizeram condenação dura contra a violência ontem e defenderam a transferência de verba assistencial aos países em revolta no Oriente Médio.
Até o premiê italiano Silvio Berlusconi, que tem laços próximos com o ditador, condenou "a violência inaceitável contra civis". A Rússia também exortou o fim imediato da repressão. E vários países estão fazendo planos para retirar seus cidadãos.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse ter mantido "conversas longas" com o ditador e enfatizou que a violência contra opositores "deve parar imediatamente".


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