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OFENSIVA ANTIÁLCOOL
Pesquisa mostra resultados positivos em programa contra consumo de bebidas entre menores de 21 anos
Universidades dos EUA têm mais abstêmios
MARCELO DIEGO
de Nova York
O plano de "tolerância zero" implantado pelo governo dos EUA
em 1995, com o objetivo de diminuir o consumo de álcool entre os
menores de 21 anos, está dando
certo, pelo menos nas universidades do país. Pesquisa divulgada pela Universidade de Harvard indica
que caiu o número de estudantes
que consomem bebida.
A última pesquisa do gênero
conduzida pela universidade, uma
das mais respeitadas dos EUA, havia sido realizada em 1993. O levantamento do ano passado indica
que aumentou o número de abstêmios, diminuiu o de consumidores
ocasionais e moderados.
Em contrapartida, cresceu o número de consumidores frequentes
(pessoas que tomam mais de três
doses por semana). Segundo a pesquisa, o crescimento tem uma
margem pequena, o que permitiria
considerar como praticamente estagnado o número de consumidores frequentes (veja quadro nesta
página).
A pesquisa foi conduzida em 116
universidades, públicas e privadas,
espalhadas por 39 Estados do país
(que tem um total de 50).
A redução no número geral de
consumidores de álcool indica que
os esforços do governo têm tido resultados. As faculdades públicas
receberam US$ 14,4 milhões para a
manutenção de seus programas de
aconselhamento contra a bebida
em 1998. Há seis anos, a verba era
de US$ 7,8 milhões.
Uma lei assinada em 1995 passou
a permitir que as faculdades avisem aos pais de alunos menores de
21 anos, se eles forem surpreendidos bebendo.
A lei anterior proibia a divulgação de ""informação confidencial"
sobre cidadãos acima de 18 anos.
Policiamento
Várias faculdades criaram programas de policiamento e esclarecimento para seus estudantes. E a
legislação ficou mais severa: dentro dos campi, a venda de álcool é
proibida. Ao redor deles, o comércio é fechado às 23h.
O aumento do número de estudantes (uma média de 2,7% no intervalo de cinco anos entre uma
pesquisa e outra) ajudou a diluir
algumas estatísticas.
A média etária de um estudante
no primeiro ano de faculdade é de
18 anos, três abaixo do permitido
por lei para o consumo de álcool.
Entre os que bebem, 80% fazem
parte de "fraternidades" (casas de
estudantes que congregam alunos
das faculdades).
Esse é o principal ponto a ser atacado, segundo a Associação de
Combate ao Álcool nas Universidades, uma coalizão de organizações não-governamentais com sede em Washington. Eles pretendem pedir ao Congresso leis severas e até o fechamento de "fraternidades", caso os números não baixem. Mas as casas de estudantes
são instituições históricas e folclóricas no país.
A preocupação com o consumo
de álcool tem bases concretas. Segundo alguns pesquisadores, cerca
de 25% dos consumidores frequentes vão se tornar alcoólatras.
Outros 25%, mesmo que parem de
beber, terão problemas de saúde
decorrentes do hábito.
Segundo dados da Associação de
Combate ao Álcool, 1 em cada 3 casos de estupro em universidades
do Estados Unidos é motivado pela bebida.
Nenhuma estatística, no entanto,
conta melhor o problema do que
esta: somente no Estado da Virgínia, no ano passado, cinco jovens
perderam a vida em acidentes causados após bebedeiras.
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