São Paulo, Segunda-feira, 22 de Fevereiro de 1999
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Saiba por que os alunos bebem

de Nova York

A diretora do programa de prevenção da Universidade da Virgínia, Susan Grossman, trabalha para eliminar o consumo de álcool entre seus estudantes. Ela diz ter feito "razoável sucesso", mas que o principal desafio não é a bebida, mas o que ela representa.
"Ao sair de casa, o jovem tem aquela sensação de que pode tudo e quer fazer de tudo. Mas é uma criança ainda. Eles fazem sexo sem cuidado e têm filhos que não esperavam. Eles bebem demais e acabam tendo problemas que nunca imaginaram", afirma.
Para ela, a bebida nas universidades tem o efeito de "socializar" o estudante. "Quem não bebe é segregado. Festas, jogos, qualquer tipo de atividade por aqui envolve a bebida e ela é parte essencial da comemoração. Se você não bebe, não faz parte disso", afirma.
No ano passado, Grossman distribuiu aos estudantes uma carta assinada por todos os atletas da universidade. Eles diziam que, caso as pessoas estivessem assistindo às competições esportivas com o pretexto de beber, era melhor que não o fizessem. "A paixão pelo esporte é maior do que a paixão pela bebida", diz.
Para ela, a melhor forma de reduzir o número de estudantes que bebem é difundir programas para o próprio corpo discente. "Se a faculdade impõe alguma coisa, fica a impressão de que nós somos os pais deles. Eles não ouvem. Eles só ouvem a eles mesmos."
Grossman explica que, em razão disso, vem caindo o número de programas tradicionais de aconselhamento. Em 1993, eles estavam em 59% das universidades norte-americanas. Em 1998, em 51%.
"Estamos substituindo o método tradicional por programas individuais, conversas ao ar livre e outros tipos de atividade." (MaD)


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