|
Texto Anterior | Índice
Eleição colombiana motiva ação na fronteira, diz general brasileiro
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM TABATINGA E SÃO GABRIEL DA CACHOEIRA (AM)
O general Joaquim Silva e Luna,
comandante da 16ª Brigada de Infantaria da Selva, admitiu ontem
que a operação que as Forças Armadas brasileiras estão promovendo na fronteira com a Colômbia foi planejada para coincidir
com a última semana antes da
eleição presidencial no vizinho.
A Operação Tapuru, como é
chamada a manobra, visa evitar a
entrada de guerrilheiros ou narcotraficantes fugindo da intensificação do conflito.
"A operação não acontece neste
período por acaso. Existe um clima de expectativa, mas colocamos meios e condições para persuadir a entrada no Brasil de pessoas refugiadas, grupos guerrilheiros, paramilitares e de terroristas para fazer qualquer ilícito
político em nosso território."
O general Silva e Luna foi o único oficial que falou sobre a situação política na Colômbia ontem,
quando a Agência Folha acompanhou parte da Operação Tapuru
em Tabatinga e São Gabriel da
Cachoeira, no oeste do Amazonas. Antes, os militares negaram a
relação. A operação é a maior já
feita no gênero.
Na fronteira entre Tabatinga e a
cidade colombiana de Letícia há
barreiras militares fazendo a triagem da entrada de estrangeiros.
"Até agora foi tudo tranquilo e
achamos que o Brasil tem de fazer
sua parte para garantir a segurança", disse a colombiana Maria Irma Menezes, 36.
A Operação Tapuru simula situações de combate com participação das três Forças Armadas na
fronteira e faz patrulhamento ostensivo.
Ontem, por exemplo, foi treinada a entrada de uma aeronave não
identificada em espaço aéreo brasileiro. Turboélices Tucano da
Força Aérea interceptam o avião,
forçando-o a pousar.
A 15 km de Tabatinga, no rio Solimões, um navio da Marinha faz
a fiscalização na fronteira tríplice
entre Brasil, Peru e Colômbia. Ali,
todas as embarcações que trafegam numa área de 120 km2 são
abordadas e interceptadas pelos fuzileiros navais.
Os oficiais da Força Aérea Brasileira simularam também ações no
ar em São Gabriel da Cachoeira (858 km de Manaus), fazendo interceptações de aeronaves e resgate de feridos. Participam da ação, que está orçada em R$ 5 milhões, 4.000 homens.
A jornalista Kátia Brasil viajou a convite
do Comando Militar da Amazônia
Texto Anterior: Governador diz buscar não-violência Índice
|