São Paulo, quarta-feira, 22 de junho de 2011

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Acuado, Ahmadinejad tem mais derrotas

Presidente iraniano sofre pressão de grupo ligado ao aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do país e seu ex-aliado

Vice-chanceler do país é forçado a renunciar ao seu posto, enquanto a proposta de fundir ministérios é rejeitada

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Em meio a um cenário político interno cada vez mais desfavorável, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, sofreu ontem mais três reveses.
No mesmo dia, ele viu um vice-ministro renunciar, teve uma indicação para outra pasta barrada no Parlamento e soube que este não aprovará sua proposta de fundir os ministérios do Petróleo com o de Energia, e do Trabalho com o de Bem-Estar.
Ahmadinejad enfrenta uma queda de braço com seu ex-aliado, o líder supremo iraniano, Ali Khamenei.
Ambos são conservadores, e suspeita-se que o presidente esteja querendo tomar poderes do aiatolá, provocando uma reação.
A saída do recém-chegado vice-chanceler Mohammad Sharif Malekzadeh, aliado do presidente, foi exigida por parlamentares pró-aiatolá.
Eles também assinaram uma carta exigindo a destituição do próprio chanceler iraniano, Ali Akbar Salehi, outro aliado do presidente.
Segundo os críticos, a escolha do governo ignorou o "passado discutível" de Malekzadeh, acusado por eles de corrupção.
Em sua carta de demissão enviada a Salehi, o vice-ministro disse que, apesar de estas serem manipulações covardes e injustas, ele não poderia aceitar que o chanceler "sofra pressões".

VETO
Outra indicação do governo recusada pelos parlamentares foi a de Hamid Sajjadi, designado para assumir o novo ministério de Juventude e Esportes, cuja criação já foi polêmica.
Segundo a agência estatal Irna, 137 deputados votaram contra, 87 a favor e 23 se abstiveram. Ahmadinejad já havia pedido que os parlamentares aprovassem o nome de Sajjadi mesmo discordando do novo ministério.
Em tempos de confronto com os aliados de Khamenei, o apelo foi em vão.
Ontem, o deputado Hasan Nuruzi, do Comitê de Energia da Câmara, também garantiu que o projeto de Ahmadinejad de fundir ministérios não passará no Parlamento. "O assunto da fusão foi excluído. Estes dois ministérios (de Petróleo e de Energia) continuarão seu trabalho de forma independente", afirmou.
A queda de braço entre o presidente e a linha dura dentro do próprio governo começou em abril, depois de Ahmadinejad ter contestado o veto do líder supremo à demissão do ministro da Informação, próximo dos ultraconservadores.


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