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PERIGO À MESA
Comissão Européia acha explicação da empresa insuficiente
Coca-Cola faz campanha para reparar imagem após intoxicação
HAROLDO CERAVOLO SEREZA
de Paris
A Coca-Cola iniciou ontem uma
ofensiva publicitária buscando recuperar a imagem da empresa
após casos de intoxicação relatados na Bélgica e na França.
Segundo um anúncio de página
inteira, publicado nos grandes jornais franceses, as análises laboratoriais do grupo e de instituições
independentes mostraram a "qualidade irrepreensível" de suas bebidas. Mais de 200 pessoas foram
hospitalizadas após consumir refrigerantes do grupo.
Para a empresa, os resultados
mostram que a bebida não está ligada às intoxicações. A Comissão
Européia (órgão executivo da
União Européia) considerou insuficientes as explicações e determinou a realização de inspeções em
fábricas na França e na Bélgica.
A venda dos refrigerantes Coca-Cola, Sprite e Fanta está proibida
na Bélgica. Na França, as latas da
fábrica de Dunquerque (norte)
têm a comercialização interditada.
O anúncio da Coca-Cola declara
que a empresa sentiu "com emoção as inquietudes manifestadas
nos últimos dias".
A Coca-Cola reconhece que houve problemas em duas unidades
-uma na Bélgica, outra em Dunquerque. Na primeira, gás carbônico com sulfeto de hidrogênio teria sido usado em garrafas. Na outra, latas teriam sido contaminadas externamente por fungicida.
Para a Coca-Cola, no entanto, a
empresa pode ter sido vítima de
um "efeito psicológico". A própria
secretária de Estado de Consumo
da França, Marylise Lebranchu, reconhece que, "uma vez dado o
alerta, é possível que algumas
doenças "habituais" tenham sido
atribuídas à bebida".
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