UOL


São Paulo, terça-feira, 22 de julho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Europa quer dar mais poder à ONU

DA REDAÇÃO

Depois da Rússia, da Índia e de seus membros França e Alemanha, a União Européia condicionou sua participação na reconstrução política e na manutenção da segurança do Iraque à concessão de amplos poderes à ONU. Enquanto isso, no Texas, o presidente dos EUA, George W. Bush, pediu a ajuda de outros países na reconstrução. "Quanto mais gente envolvida no Iraque, melhor."
Os EUA vêem no destacamento de uma força militar internacional uma chance de liberar parte de seu contingente. Hoje há 148 mil soldados dos EUA no Iraque, e as constantes baixas -ontem o 152º americano foi morto em ataque- minam o moral das tropas, que, segundo comandantes militares, operam em seu limite.
Mas, embora peçam a cooperação internacional e admitam negociar a ampliação do papel da ONU no Iraque para obtê-la, os EUA ressentem-se em ceder a autoridade que detêm no país. Para o chefe da Autoridade Provisória de Coalizão, o diplomata americano Paul Bremer, uma resolução da ONU seria "útil" na obtenção de apoio internacional, mas "apenas se preservasse a autoridade da coalizão [anglo-americana]".
Na cúpula de chanceleres da UE em Bruxelas, o italiano Franco Frattini, que presidiu a reunião, afirmou que "diversos ministros" do bloco sugeriram que a colaboração européia requer uma nova resolução da ONU. A resolução 1483 reserva à ONU um papel "vital", mas não o define.

Tropa iraquiana
A segunda frente buscada pelos EUA para reduzir seu contingente é a criação de tropas iraquianas -o Exército do país foi dissolvido pela APC.
Em sua primeira visita ao Iraque como chefe do Comando Central Americano, o general John Abizaid disse que a força teria 7.000 homens em oito batalhões e entraria em operação em 45 dias. Inicialmente, ela seria treinada por forças dos EUA e assumiria a guarda de depósitos de munições e instalações elétricas.
Ontem, mais um soldado americano e seu intérprete iraquiano foram mortos quando uma bomba explodiu perto do veículo em que eles estavam, em um subúrbio Bagdá. Com isso, as mortes americanas em ações hostis no pós-guerra somam 38 e em todo o conflito, 152 - cinco a mais do que na Guerra do Golfo (1991).
Ontem, a TV árabe Abu Dhabi exibiu uma entrevista com supostos membros da resistência iraquiana não identificados. Eles disseram promover os ataques inspirados por ideais islâmicos, e não pelo ex-ditador Saddam Hussein -os EUA atribuem os ataques a simpatizantes de Saddam.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Achada vala comum com ossadas de crianças
Próximo Texto: Bush acusa novamente a Síria e o Irã de dar abrigo a terroristas
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.