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São Paulo, terça-feira, 22 de julho de 2003

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DIPLOMACIA

Segundo revista, França estaria negociando com as Farc libertação de ex-senadora; irmã diz que avião tinha equipe médica

Brasil pede explicações sobre avião francês em Manaus

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério das Relações Exteriores pediu ontem explicações ao embaixador da França no Brasil, Alain Rouquié, sobre o pouso de um avião militar Hércules C-130 no aeroporto de Manaus (AM) entre os dias 9 e 12 de julho.
Segundo informação da revista "Carta Capital", os 11 militares e diplomatas franceses a bordo teriam o objetivo de negociar a libertação da ex-senadora e ex-candidata à Presidência da Colômbia Ingrid Betancourt, sequestrada pela guerrilha terrorista das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em fevereiro do ano passado.
O governo francês negou, no sábado, ter mantido contatos ou ter tentado negociar com as Farc a libertação de Ingrid Betancourt, que também tem nacionalidade francesa.
Questionado sobre o assunto, Amorim afirmou que preferia não se manifestar porque o assunto ainda estava confuso, segundo sua assessoria. Amorim foi informado da presença do avião francês quando estava em Londres, acompanhando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em viagem à Europa.
A irmã da ex-senadora, Astrid Betancourt, disse ontem em entrevista a uma rádio que um informante das Farc teria entrado em contato com ela no início do mês para expressar a intenção do grupo de libertá-la.
Ela disse ter viajado, a pedido do informante, para a cidade de Leticia, na fronteira com o Brasil. Lá, ela teria recebido ordens para viajar pelo rio Amazonas para um novo contato.
"Parecia uma coisa muito séria. Evidentemente fomos rio abaixo com um padre, e eu estive dando voltas pelo Amazonas em vários locais do dia 5 ao dia 14 de julho, mas não ocorreu absolutamente nada", afirmou.
Segundo ela, imaginando que o motivo da libertação da irmã seria por problemas de saúde, ela contactou o governo francês, que já se havia oferecido ao governo colombiano para intermediar um acordo. A França teria então enviado o avião com uma equipe médica a Manaus para esperar pela libertação da ex-senadora.
Para Astrid, as Farc podem ter desistido de libertar sua irmã por motivos de segurança, por causa da repercussão que teve a presença do avião francês em Manaus. "Evidentemente que a operação se tornou muito arriscada para os guerrilheiros", afirmou ela.


Com agências internacionais


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