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Nações Unidas cobram mais ajuda humanitária de países emergentes
Apesar da crise, ONU arrecadou 49% da meta de US$ 9,5 bi de doações para 2009
Sajjad Qayyum - 8.jul.09/France Presse
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Refugiados de conflito no vale do Swat (Paquistão) fazem fila para receber ajuda da ONU
MARCELO NINIO
DE GENEBRA
Apesar de sua crescente importância política e econômica,
a participação de países emergentes como o Brasil nas doações para ajuda humanitária ao
redor do mundo continua bem
aquém do esperado pelas Nações Unidas.
A avaliação é do subsecretário da ONU para Assuntos Humanitários, John Holmes, que
ontem apresentou em Genebra
um balanço surpreendentemente positivo da campanha
de arrecadação deste ano.
Segundo ele, foram arrecadados US$ 4,6 bilhões nos primeiros seis meses e meio do ano, o
equivalente a 49% da meta para
2009, de US$ 9,5 bilhões. Um
volume recorde, que derrubou
as previsões pessimistas geradas pela crise.
Holmes lembrou, contudo,
que as necessidades neste ano
também são maiores, o que torna o montante que resta para
alcançar a meta, de US$ 4,8 bilhões, também um recorde.
O motivo é o agravamento de
crises humanitárias em locais
como Paquistão, Sri Lanka e
territórios palestinos e o aumento dramático do número
de pessoas assistidas, que passou de 28 milhões em 2008 para 43 milhões neste ano.
Os altos preços das matérias-primas, principalmente o petróleo, a crise econômica e as
mudanças climáticas completam o quadro de carências, que
obrigou a ONU a aumentar a
meta de arrecadação em 19%
no primeiro semestre.
As necessidades em alta têm
levado a ONU a focar na ampliação do reduzido clube de
doadores. Entre os 20 principais países doadores não há nenhum dos grandes emergentes,
como os países que compõem o
chamado grupo Bric -Brasil,
Rússia, Índia e China.
Na lista da ONU, feita com
base na proporção do PIB (Produto Interno Bruto) que cada
país dedica à ajuda humanitária internacional, os primeiros
são Arábia Saudita (0,19%),
Suécia (0,14%) e Noruega
(0,13%). Não há latino-americanos entre os 20 primeiros.
"Emergentes como Brasil,
Rússia, Índia, China, Argentina
e México são alvos preferenciais para expandirmos a base
de doadores", disse Holmes.
"Com o aumento de seu peso
político e econômico, esses países também têm mais responsabilidades. A ajuda humanitária é uma delas."
No caso do Brasil, o esforço
foi intensificado a partir de
2006, com a criação do Grupo
Interministerial de Ajuda Humanitária Internacional, no
qual o Itamaraty coordena o
trabalho de 11 ministérios.
As últimas ações incluíram o
envio de 14 toneladas de alimentos e remédios à faixa de
Gaza em janeiro e de 45 mil toneladas de arroz a países afetados por furacões na América
Central, um mês depois.
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