São Paulo, quinta-feira, 22 de julho de 2010

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Colômbia apresenta hoje "provas" contra Venezuela

Denúncias serão entregues em sessão especial da OEA em Washington

Chanceler colombiano diz ter "dados novos'; controvérsias provocam renúncia de chefe político de organismo


FLÁVIA MARREIRO
ENVIADA ESPECIAL A BOGOTÁ

A Colômbia promete apresentar hoje na OEA (Organização dos Estados Americanos), em Washington, ao menos um caso concreto para ilustrar a denúncia de que guerrilheiros abrigados na Venezuela ordenam ataques em território colombiano.
O chanceler da Colômbia, Jaime Bermúdez, citou ontem como exemplo que seu país tem informações precisas de que partiu de chefes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) na Venezuela a ordem para que a guerrilha retomasse a região de Montes de Maria, no noroeste do país.
A tentativa foi desbaratada pelas forças colombianas em 6 de julho. Bogotá informou então que 12 guerrilheiros morreram na ação. "Há várias coisas novas", disse o ministro em conversa com jornalistas da qual a Folha participou. "Não estamos falando de coisas que aconteceram há seis meses.
Temos informações precisas sobre reuniões e sobre a presença física contínua de guerrilheiros lá", disse. O chanceler rejeita a hipótese, defendida por Caracas e por analistas, de que a denúncia busca complicar o ensaio de aproximação entre o presidente eleito, Juan Manuel Santos, e Caracas.
Ele negou que Bogotá tenha preterido os caminhos diplomáticos. "Eu mesmo, pessoalmente, entreguei duas vezes informação reservada ao chanceler [venezuelano Nicolas] Maduro, e nunca obtivemos resposta." A sessão no Conselho Permanente da OEA foi pedida por Bogotá na semana passada, e a controvérsia em torno dela teria provocado ao menos uma baixa.

RENÚNCIA
Anteontem, o presidente do órgão político do organismo, o equatoriano Francisco Proaño, renunciou alegando "discrepâncias" com seu governo, que teria pedido para ele não convocar o debate. Mas a Chancelaria do Equador negou tê-lo pressionado.
Bermúdez citou ontem as "pressões" sobre Proaño, vindas da Venezuela e do Equador, para adiar a sessão. Disse ainda que seu país articulou contatos nos últimos dias para pôr integrantes da OEA a par do tema.
"É possível que amanhã não haja consenso. Sabemos a posição de alguns. Mas esse é o instrumento que temos."

A jornalista FLÁVIA MARREIRO viajou a convite do governo da Colômbia



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