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Colômbia apresenta hoje "provas" contra Venezuela
Denúncias serão entregues em sessão especial da OEA em Washington
Chanceler colombiano diz ter "dados novos'; controvérsias provocam renúncia de chefe político de organismo
FLÁVIA MARREIRO
ENVIADA ESPECIAL A BOGOTÁ
A Colômbia promete apresentar hoje na OEA (Organização dos Estados Americanos), em Washington, ao menos um caso concreto para
ilustrar a denúncia de que
guerrilheiros abrigados na
Venezuela ordenam ataques
em território colombiano.
O chanceler da Colômbia,
Jaime Bermúdez, citou ontem como exemplo que seu
país tem informações precisas de que partiu de chefes
das Farc (Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia) na Venezuela a ordem
para que a guerrilha retomasse a região de Montes de
Maria, no noroeste do país.
A tentativa foi desbaratada pelas forças colombianas
em 6 de julho. Bogotá informou então que 12 guerrilheiros morreram na ação.
"Há várias coisas novas",
disse o ministro em conversa
com jornalistas da qual a Folha participou. "Não estamos falando de coisas que
aconteceram há seis meses.
Temos informações precisas
sobre reuniões e sobre a presença física contínua de
guerrilheiros lá", disse.
O chanceler rejeita a hipótese, defendida por Caracas e
por analistas, de que a denúncia busca complicar o
ensaio de aproximação entre
o presidente eleito, Juan Manuel Santos, e Caracas.
Ele negou que Bogotá tenha preterido os caminhos
diplomáticos. "Eu mesmo,
pessoalmente, entreguei
duas vezes informação reservada ao chanceler [venezuelano Nicolas] Maduro, e nunca obtivemos resposta."
A sessão no Conselho Permanente da OEA foi pedida
por Bogotá na semana passada, e a controvérsia em torno dela teria provocado ao
menos uma baixa.
RENÚNCIA
Anteontem, o presidente
do órgão político do organismo, o equatoriano Francisco
Proaño, renunciou alegando
"discrepâncias" com seu governo, que teria pedido para
ele não convocar o debate.
Mas a Chancelaria do Equador negou tê-lo pressionado.
Bermúdez citou ontem as
"pressões" sobre Proaño,
vindas da Venezuela e do
Equador, para adiar a sessão.
Disse ainda que seu país articulou contatos nos últimos
dias para pôr integrantes da
OEA a par do tema.
"É possível que amanhã
não haja consenso. Sabemos
a posição de alguns. Mas esse
é o instrumento que temos."
A jornalista FLÁVIA MARREIRO viajou a
convite do governo da Colômbia
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