São Paulo, domingo, 22 de agosto de 2004

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VENEZUELA

Exame encontra diferença de apenas 0,02 ponto percentual nos votos

Auditoria avaliza vitória de Chávez no plebiscito

DA REDAÇÃO

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou ontem que a segunda auditoria da apuração do plebiscito que manteve Hugo Chávez na Presidência do país não encontrou nenhum indício de fraude.
Conforme se previa, a Coordenação Democrática, de oposição ao governo, disse que a auditoria "não foi confiável", segundo o porta-voz Asdrúbal Aguiar.
"A auditoria apresentou resultados muito positivos, sem diferenças substanciais", afirmou Jorge Rodríguez, diretor do CNE. Segundo Rodríguez, houve uma discrepância de apenas 0,02 ponto percentual em relação à auditoria feita na noite do último domingo, após a votação.
"[O resultado da auditoria] deve ser motivo de orgulho não só para o CNE, como também para todos os venezuelanos. Acreditamos que está plenamente demonstrado que o voto automatizado é seguro, transparente e rápido", acrescentou.
O relatório sobre a auditoria será redigido de maneira conjunta por representantes do Centro Carter, da Organização dos Estados Americanos.
Em entrevista coletiva, o secretário-geral da OEA, o ex-presidente colombiano César Gaviria, e Jennifer McCoy, representante do Centro Carter, disseram que a auditoria "não deixa dúvidas sobre o resultado" e "é o suficiente para certificá-lo".
A oposição a Chávez boicotou a auditoria. Os oposicionistas sustentam que houve fraudes e queriam que fosse feita uma recontagem de todos os votos impressos (as urnas eletrônicas venezuelanas computavam os votos digitalmente e também imprimiam o voto em papel para ser depositado em urnas convencionais). A auditoria foi feita por amostragem, através da comparação dos resultados computadorizados com a contagem manual dos votos de papel de uma pequena parcela das urnas (150 mesas).
Pelo resultado oficial, Chávez obteve 4,9 milhões de votos (57,8%), contra 3,6 milhões (42,2%) desfavoráveis. Dessa forma, ele deve cumprir integralmente o seu segundo mandato na Presidência, com término em janeiro de 2007.
Depois de ser derrotada na tentativa de tirar Chávez do poder, a oposição agora ameaça boicotar as eleições regionais, marcadas para 26 de setembro. Os opositores afirmam que não faz sentido participar das eleições que definirão governadores e prefeitos por causa das fraudes que dizem ter havido no plebiscito e da falta de credibilidade do CNE. Dos cinco reitores (juízes) do órgão máximo do chamado Poder Eleitoral, três são considerados pró-Chávez.


Com agências internacionais


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