São Paulo, quarta-feira, 22 de agosto de 2007

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Furacão enfraquece durante passagem pelo México

Após provocar inundações e destelhar construções, Dean passa da categoria 5 para a 1 e segue na direção do golfo do México

DA REDAÇÃO

O furacão Dean alcançou o solo mexicano ontem, às 3h locais (5h no Brasil), como uma tempestade categoria 5, a máxima da escala Saffir-Simpson, e a mais forte a entrar no continente em 20 anos. Em terra, o Dean enfraqueceu até a categoria 1 e passa hoje pelo golfo do México. Não há registro de mortes em território mexicano.
Árvores foram derrubadas, houve inundações e destelhamento de construções na passagem do furacão pela península de Yucatán. Apesar da força com que chegou a Puerto Bravo, a 65 quilômetros de Chetumal, analistas dizem que o país teve sorte.
Após matar 13 pessoas no Caribe, o furacão passou por uma área pouco habitada, ao sul dos balneários de onde 50 mil turistas foram retirados. Após algumas horas, ele enfraqueceu e voltou à categoria 1, com ventos de até 140 km/ h.
Cerca de 8.000 moradores da região foram levados a abrigos, e autoridades afirmam que não conseguem chegar a comunidades isoladas que estavam na rota do furacão, pois as estradas estão intransitáveis.
O Dean passou a 300 quilômetros de Cancún, onde os danos foram mínimos, segundo a empresária brasileira Luciene de Russo, que mora na cidade há 13 anos. "Depois do que passamos com o Wilma, não foi nada", disse à Folha, por telefone.
O furacão Wilma, de categoria cinco, varreu Cancún em 2005, e arrancou as janelas da casa de Luciene junto com os batentes.
"Só chuva, muita chuva, e vento, durante umas três horas", resume Luciene. "Minha casa é em frente à praia e está como se nada tivesse acontecido." Pequenas palmeiras caíram e o mar cobriu cerca de 75% da areia.
Ontem à noite, o Dean saiu de Yucatán e entrou na baía de Campeche, região com maior produção de petróleo do México, onde a extração foi suspensa. Analistas crêem que ele ganhará força durante a passagem pelas águas do golfo e retornará ao solo mexicano.
Os prejuízos são estimados entre US$ 750 milhões e US$ 1,5 bilhão, a maior parte na Jamaica. O país adiou as eleições do dia 27 até que os estragos tenham sido avaliados. O Dean foi o terceiro furacão mais forte do Atlântico a tocar o continente desde que o registro começou, em 1850.
Um furacão em 1935, e o Gilbert, em 1988, foram as tempestades que entraram no continente com força semelhante à do Dean. O Gilbert matou mais de 300 pessoas na América Latina e no Caribe, e o furacão de 1935 causou mais de 400 mortes na região de Florida Keys.
A nave espacial americana Endeavour voltou à Terra um dia antes do programado, devido ao receio de que o Dean atingisse a base de Cabo Canaveral, na Flórida.


Fernando Serpone com agências internacionais


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