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Furacão enfraquece durante passagem pelo México
Após provocar inundações e destelhar construções, Dean passa da categoria 5 para a 1 e segue na direção do golfo do México
DA REDAÇÃO
O furacão Dean alcançou o
solo mexicano ontem, às 3h locais (5h no Brasil), como uma
tempestade categoria 5, a máxima da escala Saffir-Simpson, e
a mais forte a entrar no continente em 20 anos. Em terra, o
Dean enfraqueceu até a categoria 1 e passa hoje pelo golfo do
México. Não há registro de
mortes em território mexicano.
Árvores foram derrubadas,
houve inundações e destelhamento de construções na passagem do furacão pela península de Yucatán.
Apesar da força com que chegou a Puerto Bravo, a 65 quilômetros de Chetumal, analistas
dizem que o país teve sorte.
Após matar 13 pessoas no Caribe, o furacão passou por uma
área pouco habitada, ao sul dos
balneários de onde 50 mil turistas foram retirados. Após algumas horas, ele enfraqueceu e
voltou à categoria 1, com ventos
de até 140 km/ h.
Cerca de 8.000 moradores da
região foram levados a abrigos,
e autoridades afirmam que não
conseguem chegar a comunidades isoladas que estavam na
rota do furacão, pois as estradas
estão intransitáveis.
O Dean passou a 300 quilômetros de Cancún, onde os danos foram mínimos, segundo a
empresária brasileira Luciene
de Russo, que mora na cidade
há 13 anos. "Depois do que passamos com o Wilma, não foi nada", disse à Folha, por telefone.
O furacão Wilma, de categoria
cinco, varreu Cancún em 2005,
e arrancou as janelas da casa de
Luciene junto com os batentes.
"Só chuva, muita chuva, e
vento, durante umas três horas", resume Luciene. "Minha
casa é em frente à praia e está
como se nada tivesse acontecido." Pequenas palmeiras caíram e o mar cobriu cerca de
75% da areia.
Ontem à noite, o Dean saiu
de Yucatán e entrou na baía de
Campeche, região com maior
produção de petróleo do México, onde a extração foi suspensa. Analistas crêem que ele ganhará força durante a passagem pelas águas do golfo e retornará ao solo mexicano.
Os prejuízos são estimados
entre US$ 750 milhões e US$
1,5 bilhão, a maior parte na Jamaica. O país adiou as eleições
do dia 27 até que os estragos tenham sido avaliados. O Dean
foi o terceiro furacão mais forte
do Atlântico a tocar o continente desde que o registro começou, em 1850.
Um furacão em 1935, e o Gilbert, em 1988, foram as tempestades que entraram no continente com força semelhante
à do Dean. O Gilbert matou
mais de 300 pessoas na América Latina e no Caribe, e o furacão de 1935 causou mais de 400
mortes na região de Florida
Keys.
A nave espacial americana
Endeavour voltou à Terra um
dia antes do programado, devido ao receio de que o Dean
atingisse a base de Cabo Canaveral, na Flórida.
Fernando Serpone com agências internacionais
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