São Paulo, segunda-feira, 22 de agosto de 2011

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Radicais palestinos ignoram trégua anunciada pelo Hamas

Mais de 20 foguetes foram disparados ontem contra Israel

MARCELO NINIO
ENVIADO ESPECIAL A BEER SHEVA

Radicais palestinos ignoraram um cessar-fogo anunciado ontem pelo grupo islâmico Hamas e continuaram a disparar foguetes contra o território israelense.
No terceiro dia da espiral de violência iniciada após os atentados de quinta-feira, no sul de Israel, mais de 20 foguetes foram disparados da faixa de Gaza. Enquanto isso, sete palestinos ficaram feridos em ataques de Israel.
Dirigentes do Hamas, grupo que controla Gaza, haviam anunciado acordo com radicais para implementar trégua e suspender disparos.
Ela deveria ter entrado em vigor ontem às 21h (18h de Brasília).
Vinte minutos depois, porém, quatro foguetes atingiram a região de Ashkelon, cidade israelense próxima de Gaza, sem deixar feridos.
Um dos principais alvos dos foguetes foi a cidade de Beer Sheva, a 40 km de Gaza. Não houve feridos, mas os disparos criaram pânico.
Logo no início da manhã, uma escola vazia foi atingida, pouco antes de uma reunião de alunos preparatória para o ano letivo, que começa em uma semana.
"Ouvi a sirene, mas, nessas horas, não sabemos para onde correr", contou o adolescente Sahar Abravanel, 14, que mora a menos de 200 metros do prédio atingido.
Fervoroso simpatizante de Israel, o ator americano John Voight também estava no local, que virou ponto de peregrinação de políticos, ativistas e curiosos. "Israel é um milagre e um exemplo de força, por isso vim dar o meu apoio", disse o ator à Folha.
A aviação israelense efetuou pelo terceiro dia seguido ataques na faixa de Gaza. Uma delegacia foi atingida e sete pessoas ficaram feridas.
O esforço do Hamas em estabelecer trégua, por intermédio do Egito, esbarra na oposição de radicais, como a Jihad Islâmica e os CRPs (Comitês de resistência popular).
Quatorze pessoas foram mortas nos recentes ataques a Gaza, entre eles cinco membros dos CRPs. Israel acusa o grupo de estar por trás dos atentados que mataram oito israelenses na quinta e deflagraram a escalada de tensão.
A reação aos atentados foi considerada por muitos políticos em Israel como insuficiente, aumentando a pressão para que o premiê Binyamin Netanyahu amplie os bombardeios a Gaza.


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