São Paulo, sábado, 22 de agosto de 1998

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MEDO DE VINGANÇA
FBI recomenda reforçar a vigilância em aeroportos e edifícios públicos do país após ataques
EUA temem atentado e reforçam segurança

das agências internacionais

Os EUA reforçaram ontem a segurança em aeroportos e edifícios públicos temendo retaliações terroristas. O FBI (a polícia federal dos EUA) enviou comunicado às polícias municipais e estaduais alertando que os ataques de anteontem devem "elevar os riscos de atentados".
O resultado pode ser visto, por exemplo, nos aeroportos. Cães farejadores circulavam nos saguões atrás de bagagens que pudessem conter bombas. A polícia também fazia patrulha ontem em locais considerados estratégicos.
"Não temos nenhuma informação segura de que há ameaças contra alvos domésticos", disse o porta-voz do FBI, Frank Scafidi.
Após os bombardeios norte-americanos de quinta-feira -que atingiram uma indústria farmacêutica no Sudão (onde, segundo os EUA, estariam sendo produzidas armas químicas) e supostas bases terroristas no Afeganistão- grupos extremistas ameaçaram novos atentados.
A secretária de Estado dos EUA, Madeleine Albright, disse estar "muito preocupada" com a possibilidade de "ações de represália". Segundo ela, a milícia extremista islâmica Taleban, que controla quase todo o Afeganistão, "declarou guerra aos EUA".
A maioria dos ministérios norte-americanos, no entanto, não reforçou sua segurança. As exceções são os departamentos de Defesa e de Justiça. Os empregados foram alertados para verificar se seus veículos estão sendo vigiados em lugares públicos e fechar as janelas e as cortinas dos escritórios.
Membros das unidades de elite do Pentágono estão patrulhando a entrada de edifícios públicos. O Departamento de Estado também reforçou a segurança, assim como as embaixadas e os consulados norte-americanos.
Em frente à Casa Branca, o número de policiais e de agentes do serviço secreto encarregados da segurança do presidente dos EUA, Bill Clinton, continuava o mesmo.
"Não devemos entrar em pânico, mas estar preparados para um novo tipo de guerra", disse o senador republicano Gordon Smith.

Volta às férias
O presidente dos EUA retomou suas férias ontem, após ter voltado a Washington para reuniões com conselheiros em assuntos de segurança nacional. Ele voltou à ilha de Martha"s Vineyard, no Estado de Massachussets, onde descansará com sua mulher, Hillary, e a filha, Chelsea, durante 12 dias.
Anteontem, Clinton teve de voltar à capital para fazer também pronunciamento sobre os ataques ao Sudão e ao Afeganistão.



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