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São Paulo, segunda-feira, 22 de setembro de 2003

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AFEGANISTÃO

Líder desaparecido teria feito reunião para reestruturar o Taleban

Mulá Omar organizaria resistência

DA ASSOCIATED PRESS

O mulá Mohammad Omar, líder do Taleban deposto pelos EUA mas desaparecido desde o final de 2001, realizou recentemente uma reunião com outros líderes da milícia extremista islâmica para reorganizar uma campanha contra as forças americanas no Afeganistão e o governo do presidente afegão, Hamid Karzai.
A afirmação é de um suposto porta-voz do grupo, que disse chamar-se Sayed Hamid Agha e telefonou a jornalistas da Associated Press no Afeganistão e no Paquistão e leu a afirmação.
"Nos últimos dias, estabelecemos um conselho sob a liderança do mulá Mohammad Omar. O conselho estabeleceu quatro comitês -militar, político, cultural e econômico para regular todos os assuntos relevantes", disse.
Um dos dois repórteres da Associated Press reconheceu a voz do homem e sabia que ele era um militante do Taleban. Ele também recebeu uma cópia por escrito do mesmo documento no oeste do Paquistão.
Roy Glover, um dos porta-vozes da Embaixada dos EUA em Cabul, afirmou que o documento do Taleban "obviamente teria algum interesse para nós", mas se recusou a fazer mais comentários.
Amrullah Saleh, chefe da inteligência afegão, disse que declarações semelhantes têm circulado regularmente, mas que "essa era nova, com detalhes dos encontros dos líderes do Taleban".
Após ler a declaração em nome de Qudratullah Jamal, ex-ministro da Informação do Taleban, Agha disse que estava ligando de fora do Afeganistão, mas não deu indicação da localização de Omar, procurado pelos EUA, e se recusou a responder a perguntas.
Agha disse que o Taleban lutaria até o fim para derrotar as tropas norte-americanas e as afegãs que colaboram com os americanos. "Nós fizemos uma promessa ao povo afegão de que a guerra continuaria até que os estrangeiros deixassem o país."
O Taleban controlava a maior parte do Afeganistão, mas foi tirado do poder pelos EUA após o 11 de Setembro, devido ao fato de a milícia extremista dar abrigo à Al Qaeda no Afeganistão.


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