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Exército expulsa do AC partidários de presidente
GUSTAVO HENNEMANN
DA AGÊNCIA FOLHA
Três bolivianos foram deportados no fim de semana após
terem sido detidos pelo Exército em Brasiléia (231 km de Rio
Branco, AC) sob acusação de fazer uma listagem para intimidar compatriotas refugiados.
A cidade brasileira faz fronteira com o departamento de
Pando, onde, há dez dias, o governo boliviano decretou estado de sítio, depois do massacre
de ao menos 15 camponeses
por partidários do governador
Leopoldo Fernández, que está
preso.
Os homens deportados são
acusados de anotar nomes e intimidar opositores do presidente da Bolívia, Evo Morales,
que buscaram abrigo no lado
brasileiro após La Paz decretar
o estado de sítio.
Segundo a Polícia Federal, os
três foram deportados em razão da documentação irregular
e por "interesse de segurança
nacional".
Um dos deportados é Weimar Becerra Ferreira, 47, partidário de Morales e um dos representantes de Pando na Assembléia Constituinte. Ferreira foi detido na noite de sábado
junto com Raul Robles Cabrera, 41, diretor da Federação
Sindical Única de Trabalhadores Camponeses de Pando. Os
dois disseram, segundo a PF,
que estavam apenas a passeio
no Brasil e que não haviam listado refugiados.
O terceiro deportado, Hugo
Gustaner Reys, 53, foi detido na
manhã de ontem. Ele disse, de
acordo com a PF, que estava
anotando os nomes dos bolivianos para informar La Paz.
Os três foram levados ao lado
boliviano por soldados do
Exército horas após serem detidos. Segundo a PF, eles estão
proibidos de entrar no Brasil
até que seja decretado o fim do
estado de sítio em Pando. Anteontem, Morales nomeou o almirante Rafael Bandeira como
governador interino, no primeiro passo para normalizar a
situação no departamento.
Desde a última quinta-feira,
o Exército brasileiro controla o
fluxo de pessoas nas duas pontes que ligam Brasiléia e Epitaciolândia, no Brasil, a Cobija.
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