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"Le Monde" diz que governo da França violou sigilo 5 vezes
Segundo jornal, serviço secreto investigou fonte de série de reportagens anti-Sarkozy
DE SÃO PAULO
O jornal francês "Le Monde" declarou, em ação apresentada à Justiça do país, ter
sido vítima de pelo menos
cinco crimes durante a cobertura do escândalo do grupo
L'Oreal -que levantou suspeitas de corrupção sobre o
governo do presidente Nicolas Sarkozy.
A ação foi levada na segunda-feira à Justiça pelos
advogados do "Monde", mas
apenas ontem o jornal divulgou trechos da denúncia.
A publicação alega ter sido
vítima dos crimes de quebra
do sigilo de fontes, coleta
fraudulenta de dados pessoais e violação de segredos
profissionais (com repasse
de dados a terceiros).
Também constam na ação
as acusações de violação de
liberdade individual cometida por autoridade e interceptação ilegal de correspondências.
A ação foi aberta na modalidade "contra X" -uma opção do sistema judiciário
francês na qual, apesar de
suspeitar das identidades
dos autores do crime, o
"Monde" opta por não acusar uma pessoa ou entidade
específica. O recurso é uma
estratégia que pode dificultar
a defesa do governo.
ESCÂNDALO
O escândalo trata de uma
investigação judicial na qual
o direitista Sarkozy é acusado de ter recebido doações
supostamente ilegais da família Bettencourt, dona da
multinacional de cosméticos
L'Oreal.
O "Monde", de centro-esquerda, teve acesso a informações da investigação que
sugerem envolvimento direto no caso do ministro do Trabalho, Eric Woerth.
Após a publicação da reportagem, o jornal acusou o
governo de usar seu serviço
de espionagem para identificar a fonte que passou as informações ao jornal. O governo nega as acusações.
Segundo o jornal, espiões
quebraram o sigilo telefônico
de um assessor penal do Ministério da Justiça identificado como David Sénat -que
teria mantido conversas com
o repórter do jornal. O "Monde" não confirmou se Sénat
era a fonte das informações
A organização não governamental Repórteres Sem
Fronteiras anunciou ontem
que se juntará à causa do "Monde".
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