São Paulo, sábado, 22 de outubro de 2011

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Brasil vendeu armamentos para ditador da Líbia

DE SÃO PAULO
DO RIO


O Brasil manteve estreita e polêmica relação com a Líbia. De vendas de armas e minas a intercâmbios de futebol e exploração de petróleo. Tudo com o regime de Gaddafi.
Depois de o ditador deposto ser capturado, exposto e morto por rebeldes anteontem, o país não existe mais.
Diante das incertezas, a diplomacia brasileira faz coro ao que vêm pedindo as potências internacionais.
Quer que a ONU lidere os esforços de reconstrução do país e oferece apoio.
"É muito importante as Nações Unidas assumirem a responsabilidade de democratização do país, com eleições, com o estabelecimento de uma Constituição e com a estabilização política do país", afirmou ontem o chanceler brasileiro Antonio Patriota, no Rio de Janeiro.
Ele também promete que o Brasil contribuirá com envio de alimentos e com um programa de limpeza de minas.
Em junho, a Folha revelou que minas brasileiras tinham sido encontradas na Líbia. Centenas eram usadas pelas forças do ex-ditador para combater os rebeldes.
Desde os anos 80, o Brasil declara não fabricar este tipo de armamento, que fere sobretudo civis, em conflitos.
A polícia da Líbia também tem veículos "made in Brazil" para reprimir manifestantes, entregues em 2005.
Nos anos 80, foram vendidos 400 blindados com canhões brasileiros.
A ligação entre os países também é forte comercial e politicamente. Desde 2000, gigantes brasileiras investiram no país. Petrobras e as construtoras Andrade Gutierrez, Odebrecht e Queiroz Galvão tem unidades na Líbia.
No plano político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e líderes de seu partido, o PT, mantinham boas relações com Gaddafi.
Em 2003, Lula visitou Trípoli e disse que "a Líbia rumava à democratização".
No mesmo ano, o filho de Gaddafi, Saadi, veio ao Brasil para amistoso de seu time de futebol (Al Ittihad) contra o São Paulo Futebol Clube.


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